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A importância das plantas nativas nos ecossistemas

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O uso de plantas nativas em projetos paisagísticos não apenas promove a sustentabilidade, mas também contribui diretamente para a preservação dos ecossistemas locais. Essas espécies estão naturalmente adaptadas ao clima, ao solo e ao regime hídrico da região, o que reduz significativamente a necessidade de irrigação, fertilizantes e produtos químicos. Isso diminui o consumo de água e evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia de manutenção. 

Porém, manter um projeto desse porte requer cuidados especializados e constantes. Quem fala com conhecimento de causa sobre o assunto é o subsíndico do Condomínio Vila do Mar, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro. Alexandre Silva atua desde de 2023 nessa função e afirma que o projeto paisagístico original dali sofreu alterações por causa da falta de adaptação de algumas plantas e da relevância de suas raízes nas estruturas dos jardins. Em determinado momento, o condomínio resolveu investir nos serviços de uma empresa especializada. 

Segundo o subsíndico, a revitalização dos jardins foi motivada pela necessidade de focar em plantas nativas para promover a biodiversidade e restaurar o equilíbrio ecológico. “As plantas nativas têm uma relação simbiótica com a fauna, fornecendo alimento e abrigo, o que mantém o ecossistema saudável. Além disso, ajudam a preservar o patrimônio natural, melhoram a qualidade do solo e da água e reduzem a manutenção, pois são mais adaptadas ao clima local.”

Para Alexandre, garantir a sustentabilidade de um projeto de revitalização a longo prazo exige planejamento e o envolvimento de diversas frentes. “O acompanhamento regular da saúde das plantas e da fauna é essencial, incluindo o controle de pragas, o monitoramento do solo e podas adequadas. Profissionais especializados, como paisagistas e jardineiros, ajudam a manter o crescimento saudável e equilibrado das espécies. A retirada de plantas invasoras é crucial para preservar a biodiversidade. Com esses cuidados, o futuro da área verde será um refúgio para a biodiversidade e um espaço harmonioso para os moradores”, explica.

Alexandre destaca a diversidade da fauna no condomínio, refletindo sobre a saúde do ecossistema. “A presença de pássaros, cobras, sapos, tatus, micos, ouriços e outros animais ressalta a importância da conservação e do uso de plantas nativas. Aves polinizam, répteis controlam pragas e insetos mantêm o ciclo de vida das plantas. Essa interação entre fauna e flora cria um sistema equilibrado que sustenta o ecossistema.”

Katia Neves, paisagista da Katia Neves Paisagismo, é responsável pelos jardins do condomínio de Alexandre e afirma: “Minha atuação na área é referente à revitalização do espaço; já trabalho nesse processo há mais de 10 anos e mantemos as árvores nativas desde a criação do condomínio, em 2005, inclusive tivemos que catalogá-las uma época, como garantia de preservá-las.” Segundo ela, o uso de plantas nativas é crucial para a preservação da fauna e da flora local, e essa abordagem tem trazido resultados positivos na conservação de diversas espécies. 

Para o subsíndico, a atuação da empresa tem sido importante na função ecológica e no planejamento dos jardins, “pois tem buscado a padronização e a harmonização visual, proporcionando bem-estar para as famílias que convivem em nosso ambiente condominial”.

Perguntado sobre como a comunidade de moradores participa desse processo de recuperação ou reage a esse esforço de preservação ambiental e revitalização do espaço, ele explica que as respostas variam, porém, geralmente, tendem a ser bastante positivas. “Especialmente quando os benefícios são visíveis e envolvem a valorização do ambiente em que vivem. Quando há um esforço de comunicação claro sobre os benefícios a longo prazo, como a preservação da biodiversidade, a melhoria da qualidade ambiental e o aumento do valor imobiliário do condomínio, a comunidade entende bem os benefícios que virão com esse movimento.”

Segundo Alexandre, projetos de revitalização, muitas vezes, são acompanhados de iniciativas de educação ambiental, que ajudam os moradores a entender o valor de preservar a natureza local. “Isso pode inspirar hábitos mais sustentáveis, como a separação de lixo e o uso consciente da água.”

Katia concorda e vai além. Para ela, a importância dessas plantas supera a estética, pois elas desempenham um papel crucial na preservação da fauna local. Muitas espécies de aves utilizam plantas nativas para construir ninhos e se alimentar, enquanto insetos, como borboletas e abelhas, dependem dessas espécies para realizar a polinização, garantindo a reprodução de diversas plantas. “Procuramos usar ali só espécies nativas, para mantermos a fauna e a flora local. Usamos muitas bromélias, marantas, neomaricas, lírios da paz. A quantidade de aves, inclusive tucanos, é grande. À noite, temos o barulho das muitas rãs que vivem nas rosetas das bromélias, além de gambás, ouriços-cacheiros e jiboias, entre outros animais”, destaca Katia, evidenciando a importância de se criar um ambiente que suporte a biodiversidade.

Outro aspecto importante é a capacidade dessas plantas de estabilizar o solo e prevenir a erosão, protegendo encostas e áreas vulneráveis. Plantas nativas, por estarem em equilíbrio com o ciclo da água local, ajudam a regular a infiltração de água no solo, reduzindo o escoamento superficial e diminuindo o risco de enchentes. Isso é especialmente importante em regiões que enfrentam secas ou chuvas intensas, como ocorre em várias partes do Brasil.

Katia também menciona que, apesar de algumas espécies não nativas, como zebrina e pleomele, ainda estarem presentes no condomínio, há um plano para substituí-las gradualmente: “Estamos em processo de substituição, porém, esse procedimento não é rápido porque a área é muito grande e os custos são altos, então vamos fazer por etapas, usando mudas que cultivamos no local para, aos poucos, realizar as trocas necessárias, já que o objetivo é, futuramente, ter uma área somente com plantas nativas.”

Essas espécies nativas também competem, de maneira eficaz, com plantas invasoras que, muitas vezes, prejudicam o equilíbrio dos ecossistemas. Ao incluir plantas nativas nos projetos, evita-se a propagação de espécies exóticas que podem comprometer a biodiversidade local e dificultar a sobrevivência de outras plantas e animais.

Outro ponto relevante é o valor cultural e histórico dessas plantas. Incorporar espécies nativas ao paisagismo valoriza a flora local e conecta o projeto à identidade e herança da região. Muitos desses vegetais têm significados culturais ou históricos importantes, e sua inclusão pode enriquecer o ambiente, tornando-o mais autêntico e integrado à paisagem natural.

Em suma, o uso de plantas nativas em projetos paisagísticos oferece múltiplos benefícios, que vão desde a preservação da biodiversidade até a economia de recursos, além de proporcionar paisagens mais autênticas e harmônicas com o meio ambiente. Isso cria uma relação simbiótica entre o projeto paisagístico e o ecossistema, promovendo um futuro mais sustentável.

 

Serviço:

Katia Neves Paisagismo
www.katianevesjardins.com
(21) 98677-0701 (zap)/98191-4972 

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