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Acidentes acendem alerta para manutenção de elevadores

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Equipamento é o transporte mais seguro do mundo, mas essa tranquilidade também depende do respeito às regras de uso

Um levantamento feito em 2021 pela revista norte-americana Condé Nast Traveler, especializada em viagens, constatou que o elevador é o meio de transporte mais seguro do mundo. Isso porque o número de vítimas de acidentes com o equipamento é muito pequeno se comparado com outros transportes, como o carro e a motocicleta. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Elevadores (Abeel), cerca de 65 milhões de pessoas – o equivalente a quase um terço de toda a população brasileira – utiliza o elevador em algum momento do dia. Só na cidade do Rio de Janeiro, segundo o Sindicato das Empresas de Conservação, Manutenção e Instalação de Elevadores do Estado do Rio de Janeiro (SECMIERJ), existem cerca de 66.500 equipamentos, por onde passam uma média de 26 mil pessoas todos os dias. 

Apesar de muita gente ter medo de cair ou ficar preso ali, o número de mortes ou feridos nesse tipo de deslocamento é extremamente raro. E quando acontece, os principais motivos são: falta de manutenção adequada e desrespeito às regras de uso. Entre os dias 30 de junho e 1º de julho de 2024, três acidentes graves com elevadores assustaram a população da cidade. Em menos de 24 horas, duas pessoas morreram. Uma das vítimas foi um paciente que passou mal depois de ficar preso no elevador do Hospital Salgado Filho, no Méier, na zona norte. A vítima possuía uma doença crônica, tinha acabado de passar por uma reanimação cardiorrespiratória e estava sendo transferida do andar exatamente pelo agravamento do seu quadro de saúde. Já a outra vítima foi o funcionário de uma empresa que foi chamada para fazer um conserto no elevador de um prédio em Copacabana, na zona sul. Ao seguir para a casa de máquinas, o equipamento despencou e caiu no fosso do prédio. O técnico morreu na hora. O terceiro acidente foi em um dos três elevadores do prédio da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), no Centro do Rio de Janeiro. Nele, o equipamento ultrapassou o teto do 20º andar e feriu uma servidora, que foi encaminhada para o hospital. 

Esses casos acenderam um sinal amarelo em relação ao estado de conservação dos elevadores na cidade. O engenheiro eletricista Ilidio Lopes, sócio-gerente da Elevadores Salta, destaca que só o resultado da perícia pode confirmar o que, de fato, aconteceu nesses casos. Mas ele afirma que a manutenção dos elevadores é primordial e precisa ser feita por uma empresa especializada, que utilize peças de reposição de origem conhecida e tenha em seus quadros funcionários certificados e treinados. 

A legislação que regulamenta os elevadores é municipal. “A do Rio de Janeiro determina que seja feita uma revisão mensal. Mas vale destacar que alguns condomínios precisam de uma manutenção mais amiúde. E quem vai definir a regularidade dessas inspeções é o técnico responsável pelo elevador. Por isso, é importante que o síndico tenha uma empresa qualificada para prestar o serviço. A Elevadores Salta está há 44 anos no mercado e cuida de mais de 250 condomínios na cidade”, destaca o engenheiro Ilidio Lopes. A Lei Municipal é a nº 2.743, de 7 de janeiro de 1999, que trata sobre a fabricação, instalação e conservação de elevadores. Nela estão determinadas as obrigações das empresas e dos síndicos. 

E a regularidade dessa manutenção é uma preocupação constante do síndico profissional e advogado Marcelo Alfradique. Ele administra oito condomínios na zona sul do Rio de Janeiro. “Para mim, o elevador é como se fosse um carro e, como tal, transporta vidas. Por isso mesmo, me preocupo em fazer sempre a manutenção. Qualquer barulho ou situação atípica que eu ou algum morador perceba, já desligo e mando chamar a empresa responsável. Também estou sempre insistindo para que as pessoas respeitem a carga e o número de passageiros permitidos.” 

E é importante deixar claro que o bom funcionamento não é medido apenas pela idade do elevador. “Existem equipamentos mais antigos que são muito seguros e outros mais novos que nem tanto. O importante é que ele esteja com todas as peças funcionando, com a manutenção em dia e que os usuários respeitem os limites.” É o que diz o gerente comercial da TB Rio Elevadores, Leandro Feltrin. A empresa, que começou suas atividades em 1981, realiza a modernização e a manutenção de elevadores. 

“Quando a nossa empresa é contratada para analisar um elevador antigo, a gente faz uma avaliação minuciosa. Se o maquinário estiver bom, ele é mantido. Se identificarmos que tem folga, sugerimos a troca da máquina e aproveitamos a parte da guia e a estrutura da cabine. Nós também indicamos a retirada das portas pantográficas, que podem gerar incidência de falhas e acidentes. Isso para o elevador funcionar de forma mais eficiente e segura”, explica o gerente comercial da TB Rio Elevadores. Feltrin ressalta ainda a importância não só da revisão mensal do equipamento, como também da inspeção anual. “O Relatório de Inspeção Anual (RIA) descreve a ‘saúde’ do elevador, como está todo o funcionamento dele, sugere reparos, troca de peças etc. Ele é entregue ao condomínio e à Prefeitura. O que está ali tem que ser feito.”  

Paulo Prette também é síndico profissional e faz a gestão de sete condomínios na zona sul. Ele segue à risca as recomendações do RIA. “O síndico é o responsável pela administração do condomínio e precisa estar atento para que não haja nenhum tipo de acidente. Então, se o RIA detecta que existe um problema para ser solucionado, o síndico tem que resolver. Por exemplo, se o relatório especifica que tem que trocar as lonas dos freios e isso não é feito e, por um azar,acontecer um sinistro, o síndico será responsabilizado. Além do perigo para os moradores, o seguro também não vai bancar o prejuízo. O ideal é que sempre haja um fundo de reserva para esse tipo de emergência, mas mesmo que não exista ou que o valor do reparo seja muito expressivo, o síndico deve convocar uma assembleia para que seja decido como vai ser feito o pagamento. O importante é não deixar de fazer.” 

Mas a melhor saída, segundo Prette, ainda é a prevenção: “Uma coisa é você trocar peças preventivamente. Avisamos aos moradores, planejamos a troca, nos organizamos financeiramente e até conseguimos negociar o preço. Mas quando quebra, tudo fica mais difícil.” O gerente comercial da TB Rio Elevadores concorda com o síndico: “A manutenção prolonga a vida útil do equipamento. Infelizmente, não são todos os síndicos que se preocupam, e aí várias vezes acontece de a gente ser chamado depois de um acidente. Nesse momento, é preciso manter a calma. O técnico chega, vê o que está acontecendo, acalma o usuário, o porteiro, se não tiver feridos, retira quem ficou preso. Se alguém estiver passando mal, aciona o Corpo de Bombeiros e, a partir daí, avalia qual foi o problema. E o mais importante, que a gente sempre recomenda, é que, em hipótese alguma, o socorro seja realizado por pessoas não autorizadas.”

E essa é a maior preocupação também do Corpo de Bombeiros. A maior parte dos acidentes com vítimas acontece durante o socorro. De acordo com dados da instituição, no estado do Rio de Janeiro, entre janeiro e agosto de 2024, foram realizados 2.078 salvamentos de pessoas em elevadores. Um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram 1.849 salvamentos. “Se o elevador tiver uma pane e você ficar retido, solicite socorro o quanto antes e não force a abertura das portas, nem tente sair do elevador por conta própria, principalmente se estiver parado entre dois andares, pois o equipamento pode se movimentar inesperadamente e causar um grave acidente”, alerta a assessoria de imprensa da corporação. Os bombeiros também orientam que se evite o uso de elevadores se houver picos de luz, variação de energia ou em caso de incêndio.

Para uma segurança completa, além da manutenção e do RIA, muitos condomínios optam por fazer a modernização estética do elevador. Ou porque querem que ele fique mais bonito e com equipamentos mais novos ou por alguma emergência. Foi o caso do advogado Alfradique, que precisou fazer uma reforma nas cabines dos elevadores de um condomínio que ele administra na Lagoa Rodrigo Freitas, na zona sul do Rio. O prédio tem 18 andares, 72 unidades e três elevadores. “A cabine era de madeira de compensado naval, original de quando o prédio foi construído, há mais de 40 anos. O material, de qualidade, nunca tinha sido trocado, mas um vazamento de água estragou a madeira e, por segurança, houve a necessidade de realizar a reforma. Usamos o mesmo material. Toda a obra foi feita por uma empresa especializada na parte estética, mas acompanhada pela empresa que faz a parte técnica.”

Essa é uma questão fundamental quando se faz a modernização estética. Feltrin, gerente comercial da TB Rio Elevadores, recomenda que “quando for alterar a cabine, tem que chamar a empresa para fazer um balanceamento de carga. Durante a reforma, também pode ser necessário furar as paredes e isso pode ocasionar, sem querer, danos a um cabo ou uma fiação. Até mesmo na hora de colocar câmeras de segurança ou telas eletrônicas, o trabalho tem que ser acompanhado pela empresa que faz a assistência técnica. Todas as partes do elevador funcionam em conjunto. A cabine é conectada ao quadro de comando, por exemplo”.  

Márcio Cordeiro, diretor comercial da Embelezart Elevadores, afirma que o ideal é realizar a reforma da parte estética junto com a parte técnica. “Temos uma realidade no Rio, de muitos prédios antigos com elevadores obsoletos. Então, para o bom funcionamento e a segurança de todos, o cenário ideal são as reformas em conjunto. Porque a parte estética não é apenas para o elevador ficar bonito. Por exemplo, em um momento de pane, o passageiro se sente mais tranquilo se a cabine tiver um bom comunicador, ventilação adequada, o que ajuda a diminuir a sensação de ansiedade e de claustrofobia e deixa o passageiro mais sereno. O importante é que a empresa de embelezamento tem que trabalhar com a anuência da empresa de manutenção.” 

Cordeiro destaca ainda que tem que ser levada em consideração a capacidade do equipamento. “Por exemplo, um elevador muito antigo que vai receber a modernização estética não pode colocar um piso de granito sem conversar antes com a empresa que cuida da parte técnica para que seja realizado um serviço de paragem e balanceamento. Senão você coloca esse piso e o elevador não consegue nem subir.” 

A Embelezart é uma das mais antigas empresas especializadas em reforma e decoração de elevadores e atende a mais de mil clientes no Rio de Janeiro. Para o diretor comercial da empresa, outro ponto importante na reforma estética é deixar o elevador com mais acessibilidade. “Acessibilidade vai além de instalar rampas de acesso. E mesmo para estas, que são mais conhecidas, é preciso ficar bem atento quanto à inclinação e o material usado para que garantam a acessibilidade. É importante também instalar corrimão para o cadeirante se apoiar, equipamento em braile, sinalização por voz etc.” 

Os condomínios novos já são construídos em conformidade com essa norma, mas os mais antigos precisam se adaptar. Especialistas garantem, porém, que as mudanças devem ser realizadas dentro do possível, já que, muitas vezes, a estrutura do prédio pode não suportar o alargamento de elevadores, por exemplo. 

Paulo Prette também fez reforma estética em um dos condomínios que foram construídos na década de 1980. “Realizamos um embelezamento com as características de elevador antigo, mas com toda a parte de comando bem moderna. Isso ajuda a valorizar o imóvel. Aproveitamos essa reforma para adaptar alguns dos elevadores à Lei da Acessibilidade, já que o equipamento é um veículo de transporte e deve atender a todas as pessoas.”  

Outro ponto essencial são os acolchoados que são utilizados para proteger as paredes do elevador contra danos internos. Juliano Donato é gerente-geral do Rei do Acolchoado e garante que o diferencial da empresa “é o tecido específico que a gente usa, um material antichamas e antifumo, que tem uma densidade muito maior e uma proteção para o usuário. Se, por exemplo, acontecer um curto-circuito na botoeira, o tecido antichamas vai proteger o cliente”. O gerente-geral do Rei do Acolchoado ainda atesta que tarefas que parecem simples, como a instalação de pinos (pitões) que ficam fixos no elevador, podem causar risco. “Se não for feita por uma empresa especializada, pode acabar atingindo a parte elétrica e causar um grande problema.” 

O tempo de durabilidade de um acolchoado varia muito, depende não só do material com o qual foi feito, mas da utilização que o condomínio tem durante o ano. Juliano, do Rei do Acolchoado, recomenda, por exemplo, que, em condomínios que tenham muitos pets, o síndico escolha modelos que sejam impermeáveis e fáceis de lavar, no caso de um cãozinho fazer xixi no elevador, por exemplo. pi

Por ser um equipamento tão complexo e essencial para o funcionamento de um condomínio, o síndico precisa estar atento no momento da contratação das empresas que vão prestar serviços relacionados com elevador. O presidente do SECMIERJ, Fernando Tupinambá, destaca que a primeira coisa é checar se a empresa é cadastrada na Companhia Municipal de Energia e Iluminação (RioLuz). É a RioLuz, por meio da Gerência de Engenharia Mecânica (GEM), que é a responsável por conceder o registro, a habilitação e a legalização de empresas do ramo de aparelhos de transporte. “Os condomínios devem exigir que a companhia contratada apresente cópia do Diário Oficial do Município na qual consta que ela está habilitada. A cada ano, a RioLuz faz a renovação do registro, tendo em vista que a habilitação vai de março de um ano a março do ano seguinte. É necessário ter também registro no Conselho Regional de Agronomia e Engenharia (Crea) do engenheiro mecânico responsável e o seguro de responsabilidade civil.”

Paulo Prette tem muita atenção na hora de contratar uma empresa e sempre checa se ela é cadastrada na GEM. “Já ouvi histórias de síndicos que não observaram isso e, quando deu um problema no elevador, tiveram que arcar com os danos sozinhos, porque a empresa não era regularizada e o seguro não pagou. Tem que ver o histórico da empresa, ir à GEM e escolher aquela que tem um sistema de socorro rápido e 24 horas. Eu já precisei usar, e a empresa chegou em menos de dez minutos. É uma tranquilidade para os moradores, funcionários e para o síndico também.” Marcelo Alfradique também faz essa pesquisa minuciosa e não se arrisca na hora de escolher quem vai cuidar dos elevadores. “Eu já soube de casos que a empresa não poderia atuar. Isso é um perigo.” 

Para o sócio-gerente da Elevadores Salta, além dessa documentação, é fundamental que a empresa tenha uma equipe de funcionários treinados e em constante atualização. “As empresas têm que avançar, senão vão ficando para trás. A nova geração traz as ideias da modernidade, do conforto e da tecnologia, que está em constante transformação. Os mais velhos têm a sabedoria da experiência da vida e dão o apoio. Aqui na Salta fazemos reuniões diárias para pensar em novas soluções, motivando todos os funcionários. Isso também deve ser levado em conta quando o síndico escolhe uma empresa. O condomínio precisa estar em boas mãos.” 

Feltrin, gerente comercial da TB Rio Elevadores, concorda que o mercado de elevadores está sempre com uma nova tecnologia. E a empresa também investe no que há de mais moderno. “Hoje em dia, já existe um sistema que conecta o elevador à internet. Você consegue mapear as informações do equipamento, que já apontam qual é o problema. O software consegue, inclusive, antecipar defeitos que podem surgir. Então, o síndico deve investir não só em manutenção preventiva, mas em tecnologia. Por isso mesmo, na hora da contratação, se uma empresa apresentar um valor muito abaixo do mercado, desconfie. Uma manutenção não pode ser mais barata do que um corte de cabelo.”  

O elevador não só é o meio de transporte mais seguro, como é o meio de transporte do futuro. Já existe um investimento de empresas em pesquisas que vão tornar possível o acionamento de elevadores pelo celular, conectando-o a outros meios de transporte públicos, o que vai facilitar a vida de quem precisa chegar a um destino com pontualidade. Atualmente, muitos desses equipamentos já saem de fábrica com computadores de bordo, conectados e monitorados 24 horas por dia. E a computação em nuvem permite até manutenção remota com o uso da inteligência artificial (IA). “Quando me perguntam sobre o que vem por aí, eu tenho até medo do que pensar. Qualquer dia, vão inventar o elevador que você aciona com o pensamento”, brinca Ilidio Lopes, sócio-gerente da Elevadores Salta.  

 

Serviço:

Elevadores Salta
elevadoressalta.com.br
(21) 97004-3171/98560-8500 

 

Embelezart Elevadores
embelezartelevadores.com.br
(21) 97197-8086 

 

Rei do Acolchoado
reidoacolchoado.com.br
(21) 99742-0618 

 

TB Rio Elevadores
tbrioelevadores.com.br
(21) 97195-063

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