Como é o seu relacionamento com a vizinhança? De acordo com uma pesquisa que pega carona com o Dia Internacional do Amigo (20 de julho), 85% dos entrevistados apontam que a existência de um bom relacionamento com a vizinhança é ponto positivo para se levar em conta na hora de avaliar o imóvel. A pesquisa ouviu 800 usuários para saber como é a convivência entre os vizinhos.
O estudo aponta que 45% já se reuniram para realizar alguma ação em sua rua/condomínio. Outros 50% afirmam que nessa quarentena houve colaboração para ajudar aqueles que estão no grupo de risco, auxiliando com as compras essenciais. Do total de entrevistados, 87% simpatizam com seus vizinhos e apenas 13% não mantêm um bom convívio em seu prédio ou rua.
O levantamento indica ainda que, entre os que têm um bom relacionamento, 61% moram em casas e 39% em apartamentos. Cerca de 43% desses usuários vivem com seus/suas companheiros/as e filhos, 20% apenas com seu/sua marido/esposa, 14% moram sozinhos, 12% com seus filhos, 8% na residência de seus pais e 4% com namorado/a. E ainda que exista uma boa relação, 20% dos entrevistados relatam algum tipo de atrito na vizinhança, enquanto 80% nunca tiveram nenhum problema. Segundo os entrevistados, 56% se incomodam com o barulho, 13% relatam desrespeito com os outros moradores e 8% não simpatizam com pessoas da vizinhança pela falta de cumprimento das normas.
Mesmo que tenham enfrentado problemas, há pessoas que pensam em mudar a relação com os vizinhos. Para isso, 61% dizem que participariam mais de reuniões para decidir melhorias nos condomínios/ruas, 28% seriam mais receptivos ao encontrá-los e 11% até realizariam algum tipo de confraternização para que eles pudessem se aproximar. Contudo, 82% ainda se mudariam do imóvel por causa da vizinhança. Atritos à parte, 98% dos entrevistados afirmam que ter uma boa convivência é importante para o bem-estar de onde mora.
Excesso de barulho na pandemia
E já que a pesquisa citou o barulho como um dos incômodos, o síndico profissional João Xavier ressalta que o assunto já era polêmico e, com a pandemia, ficou ainda mais em evidência. “Com mais pessoas em seus lares, é inevitável a percepção de pequenas coisas no nosso dia a dia que não nos dávamos conta antes da pandemia. O filho do vizinho que brinca arrastando as cadeiras, o outro jogando bola dentro do apartamento, o vizinho que precisa se manter em forma e adaptou o apartamento como uma mini academia, etc. São tantas coisas que, até o nosso humor, sofre alterações”, afirma.
Segundo ele, é preciso ter calma e tentar encontrar a melhor forma de resolver a questão. “Nem sempre a aplicação de multas ou advertências são as melhores soluções. Todos os condomínios têm suas regras pré-estabelecidas pelo regulamento interno e, infelizmente, nem todos os moradores as conhecem. Isso não os isenta das responsabilidades de cumprir as normas. O morador deve ir até a administração e tirar todas as dúvidas, procurar o síndico ou o administrador do seu condomínio”, recomenda Xavier.
Após as 22h, complementa o síndico profissional, evite arrastar móveis, assista TV com volume moderado, evite conversar alto nas varandas, e se tiver em confraternização dentro dos apartamentos, mantenha um tom moderado de conversa com as visitas. Outra solução que vem sendo aplicada e com bons resultados é a liberação dos salões de festas, salões de jogos e outras áreas de uso comum, como um coworking, um espaço compartilhado para as pessoas trabalharem e conseguirem fazer suas reuniões virtuais e telefonemas. “Tudo isso mantendo o distanciamento entre as pessoas, uso de máscara e todos os meios de proteção contra a disseminação da COVID-19. O mais importante neste momento é praticar a política da boa vizinhança, ser tolerante, se colocar no lugar do outro e ter respeito, essas são dicas infalíveis para um bom convívio em condomínio”, diz o gestor.
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