Parquinhos merecem cuidados especiais para evitar acidentes
Um dos principais atrativos de um condomínio é sua área de lazer. Afinal, muitos moradores têm buscado cada vez mais diversão e segurança dentro do local onde moram. Segundo dados da organização Criança Segura Brasil, mais de 3.300 crianças morrem e 112 mil são internadas em estado grave a cada ano no Brasil, números que poderiam ser menores se a prevenção fizesse parte do dia a dia delas. Já nos parquinhos, os principais riscos para as crianças incluem quedas, impactos, cortes, sufocamentos e estrangulamentos. Por isso, com o objetivo de oferecer um local divertido e, ao mesmo tempo, seguro para as crianças, deixando os pais tranquilos e bem longe de acidentes, os síndicos e administradores precisam estar atentos para seguir muitos detalhes, que vão das normas técnicas, passando pela manutenção e escolha do material que será usado, até os itens de limpeza.
Eonio Campello Júnior, CEO da Renove, empresa fabricante de brinquedos, defende que a manutenção dos itens em playgrounds é fundamental para garantir a segurança das crianças. Ele recomenda seguir algumas diretrizes gerais para preservá-los, como inspeções visuais periódicas em todos os brinquedos para identificar possíveis danos, desgastes, peças soltas ou sinais de deterioração. “Caso seja identificado qualquer problema, é importante realizar os reparos necessários imediatamente para evitar que os danos se agravem e, assim, representem riscos para as crianças”, explica, acrescentando que também é necessário que seja feita a lubrificação de peças móveis para garantir seu bom funcionamento e prevenir desgastes prematuros, além de outras ações. “Assegurar que os brinquedos estejam corretamente fixados no solo ou na estrutura de suporte, evitando movimentos indesejados que possam comprometer sua estabilidade, além de mantê-los limpos e livres de detritos que possam representar riscos ou comprometer a integridade dos materiais, são ações que devem ser incorporadas à rotina do condomínio”, observa.
O síndico e consultor condominial Jonas Alves dos Santos, do Condomínio Rota do Sol, que conta com dois blocos, 299 unidades, 820 moradores e fica situado na zona oeste carioca, concorda. Em seu condomínio, é praticado um calendário de manutenção semanal pela equipe responsável, com algumas ações realizadas semestralmente ou anualmente por um profissional legalmente habilitado, dependendo do tempo de uso dos equipamentos. “Essa vistoria verifica o local em busca de detalhes que possam comprometer o funcionamento e a segurança dos itens. Depois do procedimento, é emitido um laudo, que vai apontar possíveis modificações a serem feitas. Para tanto, são realizados revisão de parafusos e outros elementos de fixação; apertamento de peças soltas e troca daquelas que apresentam defeitos; revisão e reforço dos pontos de solda em brinquedos metálicos; revisão e conserto dos encaixes em brinquedos construídos de tora de eucalipto ou outra madeira; revisão dos espaços onde há grama ou areia em busca de possíveis parasitas que possam trazer danos à saúde dos usuários do local; lixamento e pintura”, detalha.
Para Eonio, a frequência da manutenção pode variar conforme a intensidade do uso, as condições climáticas e o estado dos brinquedos, mas é recomendável realizar inspeções e manutenções preventivas pelo menos uma vez por mês. “Em casos de uso intenso ou condições adversas, a frequência das inspeções pode ser aumentada. No entanto, ao adotar esses procedimentos, é possível garantir a segurança e a durabilidade dos brinquedos, proporcionando um ambiente mais seguro e adequado para as crianças se divertirem”, afirma.
Já a limpeza dos brinquedos também deve ser feita com produtos neutros e antitóxicos. “Destaco que até os materiais de confecção dos equipamentos devem ter o selo de qualidade do fabricante, considerando que brinquedos de plástico, por exemplo, podem ter substâncias tóxicas”, afirma. Eonio complementa, explicando que a limpeza deve ser feita com água e sabão neutro, evitando o uso de produtos químicos agressivos que possam danificar os materiais ou desgastar as cores. “Também é fundamental proteger os brinquedos da exposição prolongada ao sol, à chuva e à umidade, pois esses fatores podem comprometer a durabilidade das cores e dos itens”, aponta.
Modernização e reforma: conheça seus benefícios e saiba quando fazer
No caso de estruturas mais antigas, reformar é algo que deve ser analisado cuidadosamente. Eonio, da Renove, alerta que a reforma deve ser realizada sempre que os brinquedos apresentarem desgastes significativos, danos estruturais, corrosão, enfraquecimento dos materiais ou qualquer outra condição que comprometa a segurança das crianças. “Esse processo envolve os seguintes passos: uma avaliação inicial, em que cada brinquedo deve ser analisado para identificar os danos e desgastes que necessitam de reparo ou substituição; a desmontagem do brinquedo, o que facilita a inspeção detalhada de todas as peças e componentes, incluindo as partes internas, que podem estar sujeitas a desgaste; substituição de peças danificadas, enfraquecidas ou desgastadas por novas, garantindo a integridade estrutural e a funcionalidade do brinquedo; em alguns casos, pode ser necessário reforçar a estrutura do brinquedo para garantir estabilidade e resistência adequadas; e, depois dos reparos estruturais, é comum realizar a pintura e o acabamento das superfícies para proteger os brinquedos contra a corrosão e o desgaste causado pelo tempo e pelas condições climáticas”, explica.
A modernização de brinquedos é uma excelente maneira de proporcionar experiências mais atrativas, seguras e inclusivas para as crianças. Para isso, o síndico ou administrador pode incluir no local opções e estruturas que sejam acessíveis para crianças com diferentes habilidades e necessidades especiais. Novas tecnologias também estão em alta, como painéis sensoriais, jogos educativos e realidade aumentada. “Também indico que o design seja sustentável, optando por brinquedos fabricados com material ecologicamente correto, que promovam a conscientização ambiental e a responsabilidade social, além de espaços temáticos com brinquedos que inspirem a imaginação das crianças, como navios piratas, castelos, espaçonaves etc.”, sugere.
Ao modernizar o parquinho, é também indicado utilizar tecnologia e itens inovadores que garantam a máxima segurança dos brinquedos, incluindo sistemas de amortecimento de impacto, superfícies antiderrapantes e proteção contra raios UV. “Devemos considerar as preferências das crianças, as necessidades da comunidade e as tendências atuais em design de playgrounds. Além disso, é fundamental garantir que as inovações estejam em conformidade com as normas de segurança estabelecidas pelos órgãos reguladores, já que a modernização dos brinquedos pode oferecer uma experiência mais enriquecedora para as crianças, incentivando a atividade física, o aprendizado e a interação social em um ambiente seguro e estimulante”, conclui.
Saiba quais são os principais causadores de acidentes
- Falta de manutenção
Brinquedos malconservados podem apresentar peças soltas, superfícies danificadas ou desgastadas, aumentando o risco de acidentes. - Superfícies inadequadas
A falta de um piso ideal sob os brinquedos pode aumentar o risco de lesões em caso de quedas. - Design impróprio
Brinquedos mal projetados e fabricados com material de baixa qualidade podem representar perigo para as crianças. - Mau uso
O uso por adolescentes ou crianças fora da idade permitida pode estragar os brinquedos, deixando-os em mau estado para a faixa etária a que se destinam.
De olho nas normas
No Brasil, a regulamentação e fiscalização das normas de segurança em playgrounds e áreas de recreação infantil são feitas por órgãos como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Essas entidades estabelecem padrões e regulamentos para garantir a segurança dos brinquedos, incluindo aspectos como resistência dos materiais, durabilidade das cores, especificações para superfícies de impacto e orientações para manutenção e limpeza.
As normas ABNT relacionadas com a segurança de brinquedos têm como objetivo estabelecer requisitos e diretrizes para garantir a segurança das crianças durante o uso dos brinquedos, incluindo os presentes em playgrounds de condomínios. Essas regras definem critérios técnicos para a fabricação, instalação e manutenção dos brinquedos, abordando aspectos como resistência dos materiais, dimensionamento adequado, ausência de pontas cortantes ou saliências perigosas, além de especificações para superfícies de impacto e sistemas de fixação.
“Ao seguir as normas da ABNT, os fabricantes e responsáveis pela manutenção dos playgrounds visam garantir que os brinquedos atendam aos padrões de qualidade e segurança, reduzindo, assim, o risco de acidentes durante seu uso. Dessa forma, as normas contribuem para evitar fatalidades, por meio do estabelecimento de parâmetros técnicos que minimizam potenciais perigos e asseguram a integridade física das crianças”, afirma Eonio.
Jonas ressalta que cumprir a norma não é apenas um ato de precaução, mas, sim, uma obrigação legal. “Isso porque, em casos de descumprimento, a legislação prevê processo civil e criminal aos responsáveis, que podem ser o condomínio e o síndico, evitando riscos de acidentes, que poderão trazer muito embaraço para a vida da criança acidentada e prejuízo financeiro para o condomínio. Por isso, tenho uma equipe muito consciente de suas responsabilidades, em especial com as crianças: a gerente Vanessa Lima e sua assistente, Deborah Freitas. Elas fazem a vistoria de cada item dos equipamentos e como as crianças estão utilizando esses espaços. Já tivemos casos em que as crianças trouxeram objetos pontiagudos para brincar com outras crianças e, prontamente, a gerente identificou o risco e agiu para sanar o problema”, finaliza.
Serviço
Renove
(21) 2437-0772/98683-0772
www.renovebrasil.com.br
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