Equipamentos usam inteligência artificial e ajudam na gestão
As câmeras de segurança já são equipamentos indispensáveis dentro e fora de qualquer condomínio. No início, a instalação tinha como objetivo aumentar a sensação de segurança para os moradores, mas, hoje em dia, os recursos são ainda maiores, assim, as câmeras passaram a ser grandes parceiras na gestão condominial.
Márcia Aguiar é gerente comercial da MundoSat. Para ela, o sistema de monitoramento tem várias funções e serve para ser os olhos de todos os que vivem, trabalham, administram e passam pelo condomínio. “As câmeras servem para preservar o patrimônio e monitorar problemas do dia a dia que podem acontecer nas relações entre as pessoas. Então, um funcionário que foi maltratado por um morador tem como comprovar tal fato e vice-versa. Elas são utilizadas também nas causas trabalhistas. Por exemplo, o sensor do elevador é na altura de nossa cintura, então, animais domésticos geralmente não são captados por ele. Já tive vários casos de animais que ficaram pendurados pela coleira, do lado de fora do elevador, porque o porteiro não ajudou a segurar a porta. E quando perguntado, ele disse que estava molhando as plantas e que não viu, mas, na verdade, estava ali do lado, no celular. Isso dá justa causa e só conseguimos provar com as câmeras.”
Além de ajudar nessa organização, o sistema de segurança também é fundamental para auxiliar na resolução de conflitos internos. Paulo Pires é síndico do Condomínio Renaissance Resid Classique, que fica na zona norte da cidade. Ele acredita que os equipamentos ajudam a inibir atividades nocivas que vão desde comportamentos agressivos e discussões até brigas que acontecem internamente. “Coisas simples, como carros arranhados na garagem. Dá para saber se foi dentro do prédio mesmo ou não. No mês de novembro de 2023, demos falta de um contêiner de lixo. Quando fomos ver nas câmeras, ele tinha sido furtado por um morador em situação de rua. Esclarecemos o que tinha acontecido e ainda levamos as imagens para a delegacia para tentar identificar o homem que cometera o furto. Além disso, divulgamos o vídeo em grupos de síndicos da região e de moradores para que todos fiquem em alerta.”
Os equipamentos estão cada vez mais modernos e sensíveis e usam inteligência artificial, que detecta movimentações atípicas dentro e fora dos condomínios – fazem reconhecimento facial, digital e de placas de carros. Muitos gravam no escuro, em cores, acompanham o deslocamento de pessoas e têm gravação de voz, tecnologia que consegue controlar o acesso, identificar desconhecidos, registrar furtos e depredações. Todo esse sistema pode ser monitorado por uma empresa especializada, que armazena e documenta os problemas que acabam acontecendo.
O condomínio que o Paulo administra tem 12 anos e as câmeras que eles usavam são do tempo da inauguração do imóvel. Agora, ele está contratando uma empresa que está fazendo a modernização do sistema, instalando câmeras com inteligência artificial. “Tenho que lidar com alguns moradores que acham que esse tipo de sistema tira a privacidade deles. Mas isso é um grande engano. As câmeras são aliadas. Já ouvi casos de mulheres que têm medidas protetivas contra ex-companheiros e eles tentam entrar no prédio e não conseguem graças ao sistema de segurança. Pai que perde a guarda do filho e tenta pegar a criança à força. Tudo fica gravado e pode ser usado como prova em questões judiciais. Além disso, durante todos esses anos, os moradores nunca sofreram assalto aqui no prédio, nem tivemos nenhum caso de violência. Acredito que o sistema de segurança ajudou nisso.”
E para o síndico que pensa em modernizar esse sistema, mas está com medo dos gastos, vale a pena procurar empresas especializadas que têm vários pacotes e planos que se adequam a todos os modelos de condomínio. Uma delas é o Grupo Pentágono Sistemas de Segurança. Vinícius Boene é diretor de tecnologia da Pentágono. Além das câmeras ele indica que o condomínio instale um sistema de controle de acesso, “principalmente com biometria facial. A tecnologia tem 97% de assertividade e consegue fornecer controle efetivo de segurança que proporciona autonomia e proteção ao morador”. O sistema de acesso, junto com as câmeras também possibilitam uma maior organização do funcionamento do condomínio.
Márcia afirma que o sistema é uma ferramenta importante na gestão do condomínio. “Como o síndico não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, as câmeras têm esse papel. Já na portaria, se uma pessoa que não está cadastrada entra, as câmeras já identificam que ela não está no banco de dados. Além disso, os equipamentos têm alarme e podem ser usados para resguardar locais de depósito do condomínio. O síndico pode colocar uma câmera onde guarda os produtos de limpeza, por exemplo, e estipular que, a partir das 8 horas da noite, ninguém mais entre lá. Então, se alguém tentar entrar no local, um alarme dispara e vai direto para a central de monitoramento da empresa ou envia um alerta para o celular do síndico”, conta a gerente comercial da MundoSat.
Pelas lentes das câmeras todos os espaços do condomínio estão na palma da mão. Outra situação interessante trazida pela Márcia é que as câmeras podem ser programadas para tomar conta de determinadas áreas. Assim, se a piscina fecha às 6 horas da tarde porque o salva-vidas vai embora nesse horário e alguém tenta entrar no local, a câmera segue a pessoa, dá o alarme no celular do síndico e ele pode interagir com o morador, já que as câmeras têm alto-falantes, e pedir para ele sair de lá. “Muitas câmeras também estão sendo usadas dentro dos apartamentos para monitorar idosos, babás ou até mesmo filhos que podem estar com algum problema de depressão. O contrato não é feito pelo condomínio, mas diretamente com o morador, e tem ajudado bastante no cuidado das pessoas. No caso do idoso, além de monitorar o que acontece dentro do imóvel, ele também recebe um controle que fica no bolso dele, por meio do qual ele pode acionar a família ou a central da empresa e pedir ajuda no caso de alguma adversidade.”
Eduardo Furtado, sócio da empresa Rentel, também vê vários benefícios em se utilizarem as câmeras na gestão do condomínio, mas destaca que o sistema é essencial para coibir furtos, assaltos e conflitos. E para maior efetividade, segundo Furtado, é importante investir em equipamentos que tenham boa qualidade de imagem. “Existem câmeras que têm a capacidade de filmar com a qualidade de imagem usada em um outdoor. Isso permite que a cena possa ser ampliada para vermos os detalhes bem de perto. As câmeras que gravam à noite, com imagens coloridas, são muito interessantes porque dá para ver a cor da roupa da pessoa, os traços, a cor da pele. Outros equipamentos têm áudio, gravam as conversas. Isso faz com que, em situações de conflito, fique mais fácil descobrir o que realmente aconteceu.”
O diretor de tecnologia do Grupo Pentágono afirma que há grande interesse por parte dos administradores nas câmeras de inteligência artificial, que podem ter configurações específicas e são de alta resolução. “Uma coisa é você ter uma visão ampla de uma determinada área do condomínio, dá para ver que algo passou, mas não dá para identificar perfeitamente. Outra coisa é você ter uma imagem com definição. Hoje o mercado já possui essas câmeras com preços acessíveis. Mas não basta só ter os sistemas, o importante é ter uma empresa que monitore em tempo real esse sistema para que atuação seja de forma rápida. O tempo real é mais efetivo”.
Também é necessário ter uma preocupação com a capacitação de quem utiliza esses equipamentos. E é isso que João Alberto Britto, CEO da J A Consultoria de Segurança, Treinamento e Investigação Privada, faz. A empresa dele é especializada em realizar diagnósticos de falhas que podem prejudicar a segurança dos moradores, identificando fragilidades nos condomínios. “Tem condomínio que paga uma empresa que vai lá uma vez por mês e vai embora. Não analisa o sistema como um todo. É importante que, além da gravação, haja pessoas treinadas e com conhecimento para coletar as imagens. Às vezes, acontece uma emergência, um crime, e a polícia precisa da gravação na hora. A capacitação como um todo é importante.”
A empresa do João é parceira da Cipa e tem um diferencial. “Nós não vendemos câmeras, vigilância, alarme, homem, nada disso. A empresa é a única no Rio de Janeiro especializada na identificação de fragilidade do condomínio. Passamos um tempo no condomínio observando o trabalho dos funcionários, o comportamento dos moradores, o funcionamento dos equipamentos de segurança, o monitoramento. Depois disso, emitimos um laudo técnico com fotos e as ações que visam diminuir as vulnerabilidades da segurança do local. Um condomínio pode ter várias câmeras e, mesmo assim, ser vítima de um furto. Provavelmente, por falha de procedimento. Nossa empresa vai lá e acaba propondo uma solução e esse tipo de problema acaba.”
O síndico Paulo fez o treinamento dos funcionários e acredita que foi extremamente importante. “Eles ficaram mais atentos à recepção de prestadores, passaram a ter mais cuidado com quem entra no condomínio. Você pode ter os equipamentos mais modernos, mas é imprescindível treinar os trabalhadores. Eles mudaram completamente de comportamento depois que passaram pela capacitação.”
O CEO da J A Consultoria de Segurança, Treinamento e Investigação Privada acredita que o treinamento também ajuda nos conflitos internos do condomínio. Dois casos recentes ilustram perfeitamente a importância da capacitação. O primeiro caso aconteceu no dia 7 de agosto de 2023, no Centro da cidade. O porteiro José Jailton de Araújo, de 47 anos, foi morto por um criminoso que fingia ser entregador. Jailton chegou a reagir e lutar com o bandido, mas foi baleado. O crime foi registrado por câmeras de segurança e foi muito noticiado. “O falso entregador entrou sem ser anunciado, porque um morador segurou a porta para ele passar. Será que ele conseguiria adentrar o condomínio se não tivesse acontecido isso? Acho que ele poderia ficar nervoso ou desistir. Outra forma de se tentar evitar uma ação como essa é o porteiro ter um local protegido para ficar, uma cabine ou guarita, não ficar do lado de fora.”
O outro caso foi uma agressão que aconteceu no dia 2 de setembro do mesmo ano, em um prédio em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Depois de um encontro amoroso entre o ator Victor Meyniel e o estudante de medicina Yuri Alexandre de Moura, no apartamento do estudante, os dois discutiram e a confusão terminou em agressão. De acordo com a denúncia do Ministério Público, além de espancar Victor Meyniel, Yuri o ofendeu utilizando-se de expressões homofóbicas. “Se o porteiro fosse capacitado, poderia ter agido de outra maneira. Ele não ia se envolver na briga, claro, tem uma limitação, mas deveria ligar para o síndico, entrar em contato com a polícia. Isso também está no treinamento”, afirma João.
A manutenção desses sistemas é outro ponto fundamental para seu perfeito funcionamento. O sócio da empresa Rentel alerta que quem não se preocupa com a manutenção pode ter problemas. “Às vezes, o síndico acha que as câmeras estão gravando e, quando vai ver, resta um HD queimado e nada foi captado. Os sistemas também evoluem rapidamente e precisam ser atualizados. Fazer o contrato com uma empresa especializada, que esteja há anos no mercado e tenha toda a documentação regulamentada é fundamental para um serviço de qualidade. Não vale a pena colocar a segurança do condomínio nas mãos de pessoas que não são especialistas. Profissionais vão realizar manutenções preventivas e revisar todo o sistema de câmeras periodicamente. Todos os problemas serão resolvidos antes que afete a segurança ou a funcionalidade do sistema.”
Além da instalação, do monitoramento, da manutenção e da capacitação dos funcionários, outra questão importante é o armazenamento dessas horas de filmagem. As imagens captadas podem ser visualizadas em tempo real, em computadores e dispositivos móveis, além de ser gravadas para posterior consulta e análise dos diferentes pontos de visualização. As empresas trabalham com vários tipos de armazenamento. Pode ser em nuvem, no cartão de memória da câmera, em Digital Video Recorders (DVR) ou Network Vídeo Recorders (NVRs). O tempo de duração que as imagens ficam disponíveis também varia de acordo com a necessidade de cada condomínio. Apenas o síndico pode pedi-las ou então elas devem ser solicitadas por meio de requerimento de advogados ou pela polícia.
Como cada condomínio tem suas regras, muitos optam por contratar o pacote com instalação, manutenção, monitoramento e gravação. Assim, tudo fica sob responsabilidade da empresa. Outros escolhem apenas a instalação e a manutenção. Por isso é importante que o síndico que tenha interesse em instalar ou atualizar os equipamentos entre em contato com uma empresa especializada, que vai orientá-lo sobre o modelo que melhor vai atender suas necessidades, tanto de segurança como de administração do imóvel.
Para Paulo, “o valor do investimento pode até pesar na hora da decisão, mas o primordial é a questão da idoneidade. A empresa tem que ser bem conceituada no mercado e ter responsabilidade na prestação do serviço e da manutenção”. Marcia Aguiar, gerente comercial da MundoSat, afirma que as empresas especializadas procuram condomínios que queiram agir como parceiros. Que confiem na empresa. “Essa parceria é fundamental, porque a empresa tem que ser de confiança, já que tem acesso a toda a rotina do condomínio.”
Serviço
Grupo Pentágono Sistemas de Segurança
pentagononet.com.br
(21) 3297-4700 e (21) 3277-7307
@grupo.pentagono
MundoSat
mundosat.com.br
(21) 2485-0303 /96777-0303
Rentel
rentel.com.br
(21) 2547-2728 / 98228-9855
J A Consultoria de Segurança, Treinamento e Investigação Privada
jaconsultoriaseg.com.br
(21) 99926-5838 / 3747-1840
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