O BC cortou a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,25%. Foi a quinta redução seguida desde agosto, e os analistas preveem que o Copom continuará diminuindo os juros básicos nos próximos meses. O recuo da inflação levou o Banco Central (BC) a acelerar o ritmo de redução da taxa básica de juros, a Selic, iniciada em outubro do ano passado. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 11,25% ao ano. Foi o quinto corte consecutivo: antes, houve dois de 0,25 ponto e dois de 0,75 ponto. A decisão, unânime, já era esperada pelos analistas.
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Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado na meta oficial de inflação, ficou em 4,57% no acumulado em 12 meses. E o mercado financeiro estima que o IPCA encerre o ano a 4,09%, abaixo, portanto, do centro da meta, que é de 4,5%. O Conselho Monetário Nacional (CMN) avalia, inclusive, reduzir a meta para 2019 – a do ano que vem já foi fixada, também em 4,5%.
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BC VÊ ‘RETOMADA GRADUAL’
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No comunicado, o Copom afirma que, desde a última reunião, “o conjunto dos indicadores de atividade econômica (…) permanece compatível com a estabilização da economia no curto prazo. A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017.” E ressalta que “o comportamento da inflação permanece favorável”.
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O Comitê afirmou, ainda, que a aceleração do corte dos juros pareceu adequada no momento. Ou seja, não se comprometeu a manter o ritmo nas próximas decisões. “Essa intensificação moderada em relação ao ritmo das reuniões de janeiro e fevereiro mostra-se, no momento, adequada. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de flexibilização monetária.”
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Sobre as próximas decisões, o BC disse apenas que “entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo, mas também da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco (…) e das projeções e expectativas de inflação”.
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Analistas, porém, avaliam que o Copom continuará a reduzir a Selic nos próximos meses.
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Quanto aos fatores de risco, o Copom ressalta a incerteza no cenário externo, especialmente preços de commodities, o que pode dificultar o processo de desinflação; a aprovação e implementação das reformas; o choque de oferta favorável nos preços de alimentos; e a recuperação da economia, que pode ser mais ou menos demorada.
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No comunicado, o BC informou apenas as projeções feitas com as estimativas do mercado financeiro. Estas apontam, no fim deste ano, a Selic a 8,5% e o dólar a R$ 3,23. Com esses parâmetros, o Copom calcula que a inflação encerre 2017 a 4,1%, abaixo, portanto, da meta. Para o ano que vem, a projeção é de 4,5%.
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Com relação à extensão do ciclo de queda dos juros, o comunicado afirma que “o ritmo de flexibilização monetária dependerá da extensão do ciclo pretendido e do grau de sua antecipação, que por sua vez dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima, e das projeções e expectativas de inflação.” Após a decisão do Copom, os principais bancos anunciaram a redução dos juros de suas linhas de crédito. O Itaú Unibanco informou que está “repassando integralmente a seus clientes (pessoas física e jurídica) o corte de 1 ponto percentual na taxa básica.” A redução entra em vigor no próximo dia 18. Bradesco e Santander também cortaram suas taxas.
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No Banco do Brasil, o corte mais expressivo foi no crédito imobiliário pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH): 0,81 ponto percentual. A instituição financeira reduziu, ainda, os juros em outras linhas de financiamento, também para pessoas físicas como para jurídicas.
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O presidente Michel Temer afirmou, pelo Twitter, que a redução da Selic vai “acelerar o crescimento econômico” e “gerar empregos”. E ressaltou que a conjugação de inflação e juros menores vai “estimular a economia, a produção industrial e o consumo interno”.
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TRABUCO: ‘ÓTIMA NOTÍCIA’
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O corte maior efetuado pelo Copom foi elogiado pelas federações da indústria de São Paulo (Fiesp) e Rio de Janeiro (Firjan). O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, vê espaço para recuos ainda maiores da Selic. Os dirigentes dos maiores bancos privados também se manifestaram favoravelmente. Para Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, o corte maior foi uma “ótima notícia”:
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– Mostra que estamos retomando o equilíbrio dos fundamentos econômicos.
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Já Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, disse que todos querem um cenário de crescimento sustentável na economia e um ambiente favorável para a atividade econômica e a geração de empregos.
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Até as centrais sindicais, normalmente críticas, elogiaram a decisão do BC. Mas Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), disse que o corte ficou “aquém da necessidade”.
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Fonte – O Globo, Economia
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