A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou dois aumentos das tarifas de luz para os cariocas. Enquanto os consumidores da Light irão arcar com um reajuste de 9,09% nas tarifas residenciais, as contas de luz dos consumidores residenciais da Enel Rio (antiga Ampla), terão um aumento médio de 21,46%. A alta começa a valer a partir da próxima quinta-feira para ambas as empresas.
Para os consumidores industriais da Light, o reajuste médio para as indústrias, será ainda maior, de 13,4%. Os da Enel, de 19,94%, em média.
A alta nos preços segue a tendência observada nos reajustes aplicados pela Aneel desde o início deste ano, todos acima da inflação do ano passado (que fechou 2017 em 2,95%). O diretor-geral do órgão, Romeu Rufino, demonstrou preocupação com os seguidos aumentos.
— Tem que haver uma discussão do nível da tarifa. O grande impacto é oriundo de encargos setoriais. Essa questão precisa ser debatida. A tarifa ultrapassa os índices que medem a inflação no período. E aqui é tarifa, porque, quanto adiciona os tributos, o preço final pago aumenta. É um valor bastante significativo — disse Rufino.
A maior parte do aumento nas contas de luz da Light veio do reajustes nos custos de compra de energia, de transmissão de eletricidade (que inclui uma indenização multibilionária que está sendo paga às empresas pelo consumidor) e de encargos setoriais.
Quando a conta chega ao consumidor, ele paga pela compra da energia (custos do gerador), pela transmissão (custos da transmissora) e pela distribuição (serviços prestados pela distribuidora), além de encargos setoriais e tributos.
A falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas registrados no ano passado também contribuíram para a alta na tarifa em 2018. Sem chuvas, foi preciso acionar mais usinas térmicas (que são mais caras) para garantir o suprimento. Parte dessa conta adicional ficou para ser paga neste ano.
Só de encargos setoriais — que cobrem programas do governo no setor elétrico —, os clientes de todo o Brasil pagarão R$ 16 bilhões nas contas de luz em 2018, uma alta de 22% na comparação com 2017.
LIGHT
A Light atende a 3,8 milhões de clientes da empresa localizados em 31 municípios do Rio de Janeiro.
A maior parte do aumento nas contas de luz da Light veio do reajustes nos custos de compra de energia, de transmissão de eletricidade (que inclui uma indenização multibilionária que está sendo paga às empresas pelo consumidor) e de encargos setoriais.
ENEL
A Enel Distribuição Rio atende a 3,1 milhões de unidades consumidoras no estado do Rio de Janeiro. É uma população de 6,6 milhões de pessoas, distribuídas em 66 municípios fluminenses.
A maior parte do aumento nas contas de luz da Enel Rio veio do reajustes nos custos de distribuição que, sozinho, subiu 8,86%. Também pesou no aumento os reajustes nos custos de compra de energia, de transmissão de eletricidade (que inclui uma indenização multibilionária que está sendo paga às empresas pelo consumidor) e de encargos setoriais.
REGRAS DA INTERVENÇÃO
Na semana passada, a Light e a Enel (antiga Ampla) conseguiram, na Aneel, regras especiais durante a atuação das Forças Armadas no estado, em decorrência dos decretos de intervenção federal e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). As empresas ficaram livres de compensar consumidor por falta de luz em áreas de operação militar.
Fonte: O Globo
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