Quem circula pela Praça Quinze, no Centro, se depara com uma intensa movimentação de operários e ouve o barulho da montagem de alambrados e tapumes em volta do histórico edifício do Convento do Carmo. Desde a semana passada, o imóvel, um dos mais antigos do Rio, está sendo preparado para entrar em obras. Nos próximos dias, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai lançar um edital de licitação para selecionar a empresa que recuperará a construção, um conjunto de quatro mil metros quadrados erguido no fim do século XVI que se encontra em péssimo estado de conservação. Orçada em cerca de R$ 17 milhões, a restauração será custeada pela PGE, que, em troca, poderá ocupar parte do convento. O restante do imóvel será utilizado pela Secretaria estadual de Cultura, que instalará ali a sede do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), um bistrô e uma galeria de arte.
O Inepac espera que a obra termine em outubro. Mas, por meio de nota, a PGE informou que, apesar de o projeto de restauração do convento ser “absolutamente prioritário”, o início das obras só está previsto para setembro, já que não pode prever “aspectos que surgem durante o curso de um procedimento licitatório”. O prazo estimado para a recuperação não foi estimado pelo órgão. Em 2015, a PGE havia anunciado que lançaria um edital, que acabou sendo adiado.
O prédio, remanescente dos primeiros movimentos de ocupação do Centro, foi ocupado de várias formas. Inicialmente, abrigou um convento carmelita, que tinha um passadiço para a vizinha Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. Em 1808, os religiosos foram desalojados para a chegada de D. Maria, a Louca (rainha de Portugal e mãe de Dom João VI ). Por 101 anos, o imóvel esteve cedido à Universidade Candido Mendes, mas, em 2011, foi retomado judicialmente pela PGE e, desde então, está fechado. Nos últimos oito anos, a estrutura vem se degradando. Parte do telhado cedeu e precisou ser remendado, o piso de madeira apodreceu, e a maioria das janelas está quebrada. A fachada também se encontra em péssimo estado, com pichações e infiltrações.
– Trata-se de um dos prédios mais representativos da cidade. Um dos poucos remanescentes do século XVI, tomou essa configuração no século XVII, e, sem dúvida é um dos mais importantes da História do Brasil. Ele não deve abrigar apenas órgãos administrativos, precisa ser aberto ao público, ter uma utilização mais nobre – afirmou Marcus Monteiro, presidente do Inepac.
A PGE, disse Monteiro, ficará numa ala voltada para a Rua Sete de Setembro, enquanto o Inepac vai ocupar o trecho voltado para a Rua Primeiro de Março. O objetivo da PGE é transferir para o prédio de três andares uma de suas bibliotecas. Já o Inepac quer que o endereço se transforme num centro de difusão do patrimônio histórico do Rio.
TELHADO TERÁ QUE SER REFEITO
Como o convento é tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Inepac, toda a obra será acompanhada pelos dois órgãos. Um levantamento feito pelo Inepac mostrou que, ao longo dos séculos, o imóvel passou por diversas modificações. Foram construídas paredes internas para instalação de banheiros, além de mezaninos.
– Teremos que refazer o telhado e as esquadrias, já que muitas foram modificadas. E realizaremos esses serviços a partir de um modelo. A fachada será mantida branca, caiada. É um prédio colonial. Sua ocupação é anterior à ocupação do Paço Imperial. Carmelitas fizeram o convento, começaram a jogar aterro e criaram a área que hoje é a Praça Quinze. Chegou um momento que em houve até disputa entre os religiosos e a coroa portuguesa – contou Roberto Anderson, diretor técnico do Inepac.
Além de fazer obras no telhado, no piso e na fachada, a empresa que vencer a licitação terá que instalar um ar-condicionado central e um sistema de detectores de incêndio. Também será necessário modernizar todas as instalações elétricas. O antigo elevador, colocado no prédio no início do século XX, será substituído.
Fonte: O Globo
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