Ele já foi sede do Clube de Regatas do Flamengo, moradia de atletas, quase virou hotel nas mãos do empresário Eike Batista, sofreu uma invasão de um grupo de sem-teto e, depois de desocupado e devolvido à administração do time rubro-negro, permaneceu fechado por pelo menos três anos, completamente abandonado. Este ano, o destino do edifício Hilton Santos, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, voltou a dar um guinada. O prédio do Morro da Viúva, com vista para o Aterro do Flamengo e Pão de Açúcar, será, enfim, revitalizado.
Comprado por uma construtora, o edifício será modernizado. A fachada, hoje degradada, repleta de pichações e com reboco deteriorado, passará por mudanças. As plantas dos 148 apartamentos, que custarão entre R$ 2 milhões e R$ 3,5 milhões, também serão transformadas para dar lugar a imóveis com três suítes.
IPHAN APROVOU PROJETO
Operários já trabalham no local para desmontar a parte interna do prédio, com vista deslumbrante, mas nenhuma vaga para estacionar os carro de moradores. Para resolver o problema, a construtora responsável pelo empreendimento promete erguer um edifício-garagem na parte de trás do terreno.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) teve que aprovar o acréscimo do edifício-garagem e toda a intervenção no prédio, que, embora não seja tombado, fica diante do Aterro do Flamengo, um bem preservado. Segundo o órgão, o projeto recebeu o “ok”porque não vai gerar qualquer impacto no entorno.
– Vamos manter alguns elementos do passado, mas a ideia é de um edifício moderno. Um escritório internacional de arquitetura está sendo selecionado para tocar o projeto -conta Rogério Jonas Zylbersztajn, vice-presidente da construtora que venceu a licitação para a compra do Hilton Santos.
O Flamengo recebeu R$ 26 milhões pelo prédio que abrigou sua antiga sede. Além de receber a quantia, o clube ficou com 30% dos imóveis em permuta (44 apartamentos). De acordo com Alexandre Wrobel, vice-presidente de Patrimônio do Flamengo, a negociação foi muito vantajosa para os rubro-negros.
– Era um prédio que estava se deteriorando e não rendia nada para o clube. Quando assumi, em 2011, encontrei a seguinte situação: de cerca de 150 unidades, 60 estavam mal alugadas, 50 estavam destruídas e 40, ocupadas por pessoas desconhecidas. Com a venda, o clube recebeu o valor em dinheiro e terá ainda direito a 44 unidades modernizadas, sem nenhum custo – diz.
HISTÓRICO DE CONFUSÕES
A prometida revitalização do edifício dá um fim a uma série de confusões envolvendo o prédio, onde moravam atletas do Flamengo e também pessoas sem nenhuma ligação com o clube. Em 2012, o espaço foi arrendado por 25 anos, por R$ 19 milhões, pela Rex Hotel, braço imobiliário do grupo EBX, de Eike Batista. A ideia do empresário era investir R$ 100 milhões para transformar o prédio de 24 andares em um hotel quatro estrelas, com 450 quartos. Com o negócio, o Flamengo receberia também R$ 270 mil mensais.
Com a bancarrota das empresas de Eike Batistas, as obras, previstas para terminarem em 2015, sequer saíram do papel. O edifício ficou tão abandonado que, em abril de 2015, foi invadido por sem-teto. Um grupo de 100 pessoas ocupou o prédio e só saiu dos apartamentos após uma liminar judicial para a reintegração de posse.
Em 2016, o Flamengo rescindiu o contrato de aluguel entre o clube e as empresa REX e EBX, que perderam os valores já pagos. Desde então, o clube buscava compradores para o prédio. A licitação para a venda atraiu 16 empresas, inclusive do ramo de hotelaria, já que o prefeito Marcelo Crivella sancionou projeto de lei que permitia a transformação de uso da edificação para construções residenciais e de hotelaria.
Fonte: O Globo
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