Com a inflação em uma queda mais acelerada do que o previsto, o Banco Central (BC) deu, ontem, sinais de que cortará os juros numa velocidade ainda maior. A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a queda da taxa básica (Selic) para 1 ponto percentual daqui a duas semanas. Ao divulgar o Relatório de Inflação, o BC destacou que o processo de desinflação se espalhou e se consolidou nos componentes mais sensíveis a juros. Nele, a projeção para a inflação neste ano é de 3,9%. Para o ano que vem, a expectativa é de 4,3%.
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A previsão de baixa dos juros é tão grande que o BC mudou a forma de fazer projeções. Passou a adotar como oficiais as contas feitas com os dados do mercado financeiro (que já levam em consideração os futuros cortes de juros).
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“Desde então, a consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom”, diz um trecho do relatório.
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“O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária, inclusive as taxas vigentes ao longo de 2018, dependerá das projeções e expectativas de inflação para 2019, mas também das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira. Essas estimativas naturalmente envolvem incerteza e poderão ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo”, informa o documento.
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OCIOSIDADE PERMANECE ELEVADA
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De acordo com o relatório do BC, os indicadores de atividade econômica divulgados recentemente mostram alguns sinais mistos, mas compatíveis com estabilização da economia no curto prazo. O nível de ociosidade permanece elevado, refletindo nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego. Por isso, o BC revisou a projeção de crescimento para este ano de 0,8% para 0,5%.
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também falou ontem sobre inflação. Antes de participar de audiência pública na Câmara sobre reforma da Previdência, ele chegou a declarar que a meta para 2018, de 4,5%, poderia ser revista em junho deste ano, em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Porém, ao deixar o Congresso, esclareceu que o CMN vai definir a meta de 2019, e não do ano que vem.
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– Em junho deste ano, na reunião do CMN, vamos definir a meta de inflação de 2019, conforme estabelece o decreto que deu as bases para o regime de metas de inflação no Brasil – afirmou.
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Durante a audiência, Meirelles disse várias vezes que a inflação e as taxas de juros vão cair ainda mais. Segundo ele, esse movimento se deve ao equilíbrio das contas públicas, com o país sendo bem administrado e com as reformas.
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Fonte – O Globo, Gabriela Valente e Geralda Doca
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