Blog Condomínio

Blog

Revista Condomínio Etc.

EPI sempre

Soluções completas para seu condomínio

Síndicos devem exigir uso de EPI tanto de funcionários quanto de terceirizados

O síndico não deve facilitar com a segurança daqueles que trabalham em seu condomínio. E não importa se são funcionários próprios ou terceirizados. O síndico sempre será implicado de alguma forma em caso de acidentes/problemas.

No caso dos terceirizados, podemos exemplificar falando de empresas contratadas para reformas. Uma empresa desse tipo deve oferecer a seus funcionários todo Equipamento de Proteção Individual (EPI) necessário à realização de suas tarefas de forma segura.

De acordo com a Norma Regulamentadora 6, a NR 6, o equipamento de proteção individual é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O grande problema, muitas vezes, é que os funcionários, mesmo tendo o equipamento completo, não o usam em parte ou em sua totalidade. Alguns esquecem ou alegam que é incômodo. A verdade é que, se não forem fiscalizados, muitos acabam não usando. Pode ser que isso tenha acontecido com um operário em São Luís, em junho deste ano, quando caiu e morreu numa obra de condomínio.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o operário usava capacete e botas de proteção, mas não usava cinto de segurança. Um laudo deve apontar as causas do acidente. Segundo a empresa que realizava a obra, foram fornecidos os equipamentos de segurança necessários para a prevenção de acidentes.

.

EPIs: essenciais para a segurança e saúde do trabalhador

O engenheiro Luiz Eduardo Cernigoi, da Construtora Cernigoi Ltda., fundada em 1952 e especializada em trabalhos em altura (fachadas, impermeabilização e telhados), afirma que sua empresa não abre mão do uso correto dos EPIs por parte de seus funcionários: “Os EPIs são fundamentais para a segurança e saúde do trabalhador, o fornecimento é de obrigação da empresa (do empregador), de forma gratuita, cabendo aos usuários conservá-los. O custo para a aquisição dos EPIs e EPCs (individuais e coletivos) é irrisório em relação à composição de custo de uma obra, sem falar da obrigatoriedade legal da saúde do trabalhador e das causas que a falta de seu uso pode ocasionar”, ressalta.

Cernigoi explica que “todos os EPIs devem, segundo a NR-6, ter o Certificado de Aprovação (CA), que atesta as empresas certificadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego habilitadas à fabricação desses equipamentos. Ainda segundo a NR-6, nós, empregadores, temos a obrigação de manter os equipamentos de segurança em perfeito estado de conservação e funcionamento, caso contrário, sua substituição deverá ser imediata e sem custos para o trabalhador”, avisa.

.

Respeito e segurança

A Construtora Cernigoi trabalha com mão de obra própria, funcionários com CTPs e todos os seus direitos garantidos pela CLT e Convenção Coletiva (Sinduscon e Sintraconstrio). “Nós fornecemos aos condomínios, antes de qualquer obra, a relação de funcionários e veículos que terão acesso para a realização da obra e/ou fiscalização de carga e descarga de materiais. Esse procedimento gera ao condomínio maior segurança e transparência na relação de trabalho”, detalha o engenheiro.

.

Treinamento

Não basta oferecer EPI, tem que ensinar a usar e treinar. A Cernigoi pensa e age dessa forma. O engenheiro responsável pela empresa explica: “Nossos funcionários são profissionais capacitados pelas regras da NR 35 (que rege as normas para trabalhos em altura), ou seja, recebem treinamento em empresas certificadas com instrutores IRATA Nível 3*, com local apropriado, onde podemos simular as mais variadas situações, avaliar as circunstâncias de risco para os envolvidos na obra e em seu entorno, com abordagem de salvamento/resgate e primeiros socorros e orientação sobre a importância do uso dos EPIs, bem como seus benefícios. A cada dois anos, fazemos curso de reciclagem, dessa forma, mantemos nossos funcionários longe de qualquer negativa quanto ao uso desses equipamentos. Além disso, fazemos diariamente, como rotina, a fiscalização do uso e das condições dos equipamentos”, conclui.

.

O síndico deve ficar ligado na lei

Alguns funcionários que trabalham no dia a dia dos condomínios têm a obrigação de usar EPI adequado a suas funções. Quem alerta é Lair Levy, gerente de Pessoal de Condomínios da CIPA: “Os riscos de cada função são identificados por meio do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) possui interação com a NR 09, pois os riscos identificados no PPRA são inseridos no PCMSO. Nesse programa são definidos os exames ocupacionais inerentes a cada função, com suas exposições determinadas e exames complementares. Logo, esses programas estabelecidos pelas NR-9 e NR-7, respectivamente, visam promover e preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores em decorrência dos perigos (físicos e ambientais) existentes nos ambientes de trabalho.”.

Os programas devem ser feitos anualmente. O PPRA vistoria os riscos, os analisa e faz recomendações aos condomínios. Os EPIs mais comuns são botas de PVC, luvas longas e uniforme, mas cada condomínio tem sua particularidade, dependendo das funções existentes. “Estes são destinados especialmente para os funcionários que manuseiam lixo”, avisa Lair Levy.

Segundo a gerente, o condomínio deve fornecer aos funcionários, gratuitamente, os EPIs, e “obrigatoriamente, a entrega tem que ser documentada (contendo todos os detalhes do equipamento entregue, sua data de validade), assinada e datada pelos funcionários, entre outras orientações contidas no PPRA do condomínio. É responsabilidade do síndico também verificar a data de validade dos EPIs. Sugiro, inclusive, guardar as notas fiscais”, aconselha ela, que sinaliza que o condomínio deve ter muito cuidado na contratação da empresa, que deve apresentar documentação específica do EPI (detalhamento do EPI), para que o síndico fique resguardado.

Lair também alerta para que o síndico verifique se o EPI está sendo usado. “Embora o funcionário assine o documento de recebimento de EPI – que envolve também sua responsabilidade no correto uso do equipamento, sua guarda e conservação –, em que se compromete a informar qualquer irregularidade que, porventura, haja com o material, de nada adianta oferecer a proteção se ele não a usa, e sabemos o que poderá acarretar a não observância dessa obrigatoriedade”, conclui.

.

Fornecendo o necessário

Carla Ribeiro, gerente da Maxfort Distribuidora de Materiais, empresa especializada em fornecer praticamente tudo de que os condomínios precisam, desde EPI, produtos de limpeza e de piscina até lâmpadas, vassouras, mops e dispensers, diz que o que mais se vende em termos de EPI são luvas, botas, óculos de proteção e más- caras para evitar cheiros fortes e poeira.

“Sempre que os síndicos fazem algum pedido, nós os advertimos de ver a situação dos EPIs de seus funcionários, pois é imprescindível que estejam em boas condições de uso. Acompanhamos, pelo histórico de compras dele, há quanto tempo os EPIs não são substituídos, pois, em caso de fiscalização, o condomínio pode levar até multa”, avisa.

A gerente explica que as luvas para manusear o lixo são muito resistentes, mas que, mesmo assim, não são eternas: “Elas são iguais às que os garis usam, de raspa de couro, ou seja, não furam à toa. Protegem o funcionário de acidentes, inclusive com objetos perfurocortantes”, explica ela, ressaltando que a luva para manusear cloro ou produtos abrasivos é outra, diferente da do lixo.

.

Pecando por excesso

A síndica Gabriele Santos não dorme no ponto e não dá chance ao azar. No Condomínio Comercial Park Palace, zona sul da cidade, onde trabalha há 23 anos, 15 como síndica, nenhum funcionário deixa de usar o EPI necessário a sua função: “Sou muito criteriosa com isso, mas a verdade é que os funcionários são arredios com o uso do EPI. Às vezes, acham que não precisa, porque é rapidinho, é só um pouquinho, e é nessa hora que acontece o acidente”, diz, ressaltando que todos assinam um termo de recebimento de seu equipamento e também recebem todas as instruções de como usá-los.

O Park Palace tem dois andares, 81 unidades e 25 funcionários. “A lei diz que, de dois metros de altura em diante, o EPI é necessário. Mas onde vejo risco exijo proteção”, diz ela, que prefere “pecar por ação do que por omissão”.

Além de botas, luvas, capacetes, que são equipamentos que praticamente todos conhecem e usam, Gabriele, em novembro de 2018, mandou instalar 80 ganchos na área externa do condomínio. “Não adianta ter equipamento e não ter onde afixá-lo. ‘Jeitinho’ não pode, o condomínio tem que estar preparado para isso.” Os ganchos ficaram tão bons, foram tão úteis que, em julho de 2019, mais 170 foram instalados.

No Park Palace o acesso externo é importantíssimo para viabilizar a manutenção e a limpeza. “Eles usam os ganchos para prender o cinto de segurança, as cordas… Em qualquer serviço de limpeza, de pintura, de conserto de janela, os ganchos são utilizados”, conclui Gabriele. Ponto para essa síndica que não deixa a peteca cair. E nenhum funcionário também.

Proteja seu condomínio e seus funcionários
Compartilhar:
Comentarios 0 Comentários

deixe seu comentário

posts relacionados

Novo modelo de coleta domiciliar de lixo do Rio de Janeiro

Novo modelo de coleta domiciliar de lixo do Rio de Janeiro

Por volta de meus 10 anos, enquanto estudava no saudoso Colégio Princesa Isabel, ouvi algo de uma professora que me marcou para o resto da vida. Certo dia, durante... Saiba mais!

Tá calor?

Tá calor?

Nada melhor do que aproveitar a piscina do condomínio Pelo que tudo indica, o verão de 2025 vai ferver de calor na maior parte do Brasil. A previsão é do... Saiba mais!

Contas de água em condomínios podem aumentar até 400% com nova regra do STJ

Contas de água em condomínios podem aumentar até 400% com nova regra do STJ

Os condomínios que ainda utilizam um único hidrômetro para medir o consumo de água podem enfrentar aumentos significativos nas contas, com especialistas apontando que os reajustes podem chegar a... Saiba mais!

Acidentes acendem alerta para manutenção de elevadores

Acidentes acendem alerta para manutenção de elevadores

Equipamento é o transporte mais seguro do mundo, mas essa tranquilidade também depende do respeito às regras de uso Um levantamento feito em 2021 pela revista norte-americana Condé Nast... Saiba mais!

Cadastre-se em nossa newsletter e receba todas as novidades do Grupo Cipa em seu e-mail.

Close Bitnami banner
Bitnami