30/07/2015 – O Globo
Tampas de vasos sanitários, cortinas, saboneteiras, suportes de TV, tapetes, mesas, sofás e camas estão entre os itens em que a Secretaria municipal de Habitação vai gastar de sua própria verba para aparelhar as vilas olímpicas em nome do Comitê Rio 2016. Nessas aquisições, a lista já soma R$ 62 milhões e pode chegar a R$ 74 milhões com a nova licitação publicada no Diário Oficial.
Os itens servirão para os apartamentos das três vilas olímpicas, que receberão atletas, árbitros e funcionários. Após os Jogos, a maioria dos imóveis será vendida pela iniciativa privada, enquanto alguns irão para o programa Minha Casa Minha Vida. Segundo a prefeitura, o mobiliário será doado para programas sociais ou prédios municipais.
Para se ter uma ideia, a construção de um condomínio popular para os reassentados da Vila Autódromo, que abriga 537 famílias, custou R$ 105 milhões.
MATERIAL IRÁ PARA CONDOMÍNIO
A licitação mais recente, em andamento, está orçada em mais de R$ 12 milhões. Nesse edital, está previsto que boa parte do material irá para o condomínio Vila Carioca, que vai abrigar funcionários ligados à organização dos Jogos. Depois, algumas das mais de 300 mil famílias de baixa renda à espera de moradia na cidade herdarão esses imóveis.
Tanto nessa licitação como em anteriores chamam a atenção os itens comprados para ser usados na Vila do Atletas, na Barra. Erguido e comercializado por um consórcio privado, o empreendimento é anunciado como um residencial de luxo. Para ele, a prefeitura comprou 3.962 suportes de TV e 20.156 mesinhas de cabeceira.
A compra caberia ao Comitê Organizador Rio 2016 – que é privado -, com o dinheiro de patrocinadores. Inicialmente, o dossiê de candidatura previa que a prefeitura repassaria R$ 500 milhões à entidade. O comitê, no entanto, abriu mão da verba quando o município aceitou assumir o compromisso.
A prefeitura não respondeu se as compras chegarão aos R$ 500 milhões. “Além de darmos o apartamento, ajudamos famílias que perderam tudo em enchentes e deslizamentos”, diz a prefeitura, em nota. “Esses móveis serão emprestados para as Olimpíadas sem que isso signifique custo extra para o governo. Ao término do evento, o comitê devolverá esses móveis e equipamentos”, conclui o texto.
O secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho, anunciou ainda que parte das vigas usadas para a construção do Centro de Mídia, na Barra, será reaproveitada na construção de um alojamento, onde atletas que não moram no Rio possam ficar enquanto treinam. A proposta prevê também a construção de uma nova pista de atletismo na área.
Os estudos de aproveitamento econômico do parque da Barra estão sendo desenvolvidos pela empresa Ernst & Young, que tem exclusividade de consultorias para o Comitê Organizador Rio 2016. A ideia é que eventuais editais de projetos estejam prontos para lançamento no início do ano que vem. Ontem, o super intendente-executivo de Esportes do Comitê Olímpico do Brasil, Marcus Vinicius Freire, disse que a entidade apoia o plano. O Ministério do Esporte, que desenvolve um projeto de legado paralelo, não participou do anúncio, nem comentou a proposta. Para o Tribunal de Contas da União, o ministério já deveria ter apresentado seu plano.
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