As barreiras na corrida para um Rio mais inclusivo continuam enormes. Mas, no percurso da Paralimpíada, a cidade alcançou transformações que, se para muito passam despercebidas, fazem toda diferença na vida de milhares de pessoas com deficiência física. Além de arenas e uma nova estrutura viária e de transportes, os Jogos de 2016 deixaram de herança espaços mais acessíveis, numa prova em que a chegada permanece distante, porém, na qual pelo menos já foi dada a largada.
Nesse rumo, o entorno de instalações esportivas tiveram atenção especial. Só nas imediações do Engenhão, o município construiu 241 rampas e quatro travessias de pedestres elevadas, que facilitam o dia a dia não apenas de cadeirantes, mas de qualquer pessoa com dificuldade de locomoção. Perto do Maracanã, foram dois mil metros quadrados de calçadas e passeios transformados em espaços acessíveis. Já a região do Complexo Esportivo de Deodoro ganhou 115 rampas.
Na Zona Portuária, não houve competições. Mas também se abriu caminho para que todos pudessem usufruir dos novos points da cidade, como o Boulevard Olímpico. Na região, ainda com trechos em obras, estão sendo instaladas calçadas mais largas, rebaixadas e com piso tátil, enquanto as faixas de pedestres ganharam o chamado traffic calming, onde parte da pista é elevada para se equiparar ao nível da calçada.
Já outras áreas turísticas receberam intervenções do programa Rotas Acessíveis, que chegou ao Jardim Botânico, à Vista Chinesa, à Barra da Tijuca, à Mesa do Imperador, à Cinelândia, ao Corcovado e ao Pão de Açúcar. No entorno desses locais, a prefeitura instalou rampas e piso tátil, nivelou vias e calçadas, construiu seis mil metros quadrados de pavimento em concreto, criou novas vagas de estacionamento especiais e retirou obstáculos como fradinhos e bancos.
Nos transportes, o cotidiano mostra que se mantêm desafios para adequar os serviços às pessoas com deficiência. Algumas melhorias, contudo, são evidentes. Tanto as novas estações do metrô quanto as paradas de trens que sofreram reformas tiveram intervenções para tornálas acessíveis. Já no BRT, as estações têm rampa de acesso, piso tátil e área de espera com acessibilidade, enquanto os ônibus param no mesmo nível das estações, têm piso antiderrapante, espaços para pessoas em cadeira de rodas e sinalização sonora e visual. No VLT é parecido. As estações têm rampas e plataformas com piso tátil; e, dentro dos bondes, há espaços para cadeirantes com cinto de segurança.
Outro processo que ainda deve se estender é a implantação de academias ao ar livre com equipamentos inclusivos para cadeirantes, por exemplo. A primeira delas foi instalada na Praça do Lido, em Copacabana. Depois, os novos aparelhos de ginástica se espalharam pelo entorno do Maracanã, pelo Aterro do Flamengo e pelo Parque Madureira, além de terem chegado a pontos como a Praça do Ó, na Barra; a Avenida Duque de Caxias, em Deodoro; e a Praça Antero de Quental, no Leblon.
E, para além das intervenções urbanísticas da cidade, diz Rosane Miccolis, militante filha de Aldo Miccolis, um dos pioneiros do esporte paralímpico no Brasil, a Paralimpíada deixou outro legado que ela acredita que repercutirá por muitos anos no Rio.
– Os Jogos foram emocionantes. As arenas estavam quase sempre cheias. Tenho certeza de que a Paralimpíada ajudou a quebrar o preconceito com a deficiência. Serviu para mudar o olhar da sociedade em relação ao atleta com deficiência. E trouxe a mensagem de inclusão. É importante que a sociedade como um todo elimine as barreiras e inclua as pessoas com deficiência. Era um sonho do meu pai ver isso acontecer no Brasil – diz Rosane.
Fonte:O Globo
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