Será que está na hora?
O nível de água da piscina do condomínio está diminuindo? É possível enxergar fissuras e trincas na estrutura da piscina? O revestimento cerâmico está se desprendendo da estrutura da piscina?Se você consegue detectar um desses problemas, provavelmente a piscina de seu condomínio está com infiltração e precisa ser consertada e impermeabilizada.
Toda superfície que tenha contato com água, especialmente as piscinas, deve receber impermeabilização, com revestimentos bem-feitos e a utilização de material de qualidade, a fim de evitar infiltrações e prolongar sua vida útil. Em geral, esse procedimento é realizado ainda na fundação da piscina e, se for bem executado, vai impedir que a umidade afete e destrua a estrutura, protegendo-a de desgastes, fissuras, corrosão das armações e deterioração do concreto, entre outros possíveis problemas, que podem ser mais graves como quando, por exemplo, as infiltrações atingem a estrutura da edificação.
Segundo Anne Matias de Oliveira, responsável técnica da Dubai Engenharia, empresa que atende a todo o Rio de Janeiro e oferece serviços de autovistoria; restauração e pintura de fachada; pintura interna de edificações; lavagem de pastilhas cerâmicas das fachadas e impermeabilização de lajes, caixas-d’água e piscinas; a impermeabilização é uma técnica que consiste na aplicação de produtos específicos: “O objetivo é proteger as diversas áreas de um imóvel contra a ação da água, da umidade e de infiltrações, criando uma barreira física que impeça a passagem de fluidos, deixe a estrutura estanque e proteja as estruturas contra a ação nociva da umidade e da corrosão das armaduras. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em sua NBR 15.575, estabelece os requisitos mínimos a serem atendidos pelas edificações habitacionais, incluindo os métodos de avaliação de desempenho. Na parte 1, ‘Requisitos Gerais’, por exemplo, a norma determina que a edificação deve ser estanque às fontes externas de umidade provenientes da água da chuva e da umidade do solo e do lençol freático. Já a ABNT NBR 9.575 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Impermeabilização e estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização, para que sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como os requisitos de salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade dos elementos construtivos que a requeiram. Essa norma se aplica às edificações e construções em geral, em execução ou sujeitas a acréscimo ou reconstrução ou ainda àquelas submetidas a reformas.”
Há quatro anos, Paulo Serafim Fernandes Pereira é síndico do Condomínio do Edifício Milão, localizado na zona norte da cidade, que é composto por 90 unidades e tem cerca de 300 moradores. O síndico conta que foram os funcionários do próprio condomínio que notaram o vazamento da piscina: “Após uma manutenção preventiva periódica, decidimos impermeabilizar a piscina por entender que era necessário. O serviço foi realizado durante sete dias e, além de trocar alguns azulejos, retiramos todas as luminárias que ficavam dentro d’água e estavam dando problema. É muito importante contar com o apoio de uma empresa especializada em piscinas. Aqui, temos contrato com uma ótima empresa que nos fornece o guardião e que nos dá todo o suporte técnico necessário.”.
Segundo Renato Giro, proprietário da Primer Engenharia, empresa que atende a todo o Rio de Janeiro e oferece os serviços de reforma dos sistemas impermeabilizantes de piscinas, terraços e caixas-d ́água e serviços correlatos, a impermeabilização, a princípio, é um sistema de proteção da estrutura construtiva. “Deve ser considerada, nos casos de exposição dessas estruturas, a incidência de água ou vapores (água em estado gasoso). Na hipótese de condomínios já habitados, a renovação do sistema de impermeabilização deve ser vista quando há vazamentos e infiltrações, necessidade de troca de algum sistema hidráulico de tratamento de água ligado à estrutura da piscina, troca de revestimento das piscinas e melhorias estéticas do parque aquático. A falta de impermeabilização nas piscinas pode causar vários problemas. A incidência de água através das estruturas ocasiona a instalação de um processo de corrosão das armaduras do concreto que compõem a estrutura, deteriorando-a e diminuindo sua resistência ao longo do tempo, o que pode levar, em casos extremos, à falência ou ao desabamento da sustentação. Os ferros aumentam de volume dentro do concreto por causa da adição de uma molécula de oxigênio. O concreto é quebrado por causa desse aumento de volume e essa oxidação dilui as barras de ferro, fazendo com que elas percam sua eficiência. Além de danificar a estrutura, os ambientes úmidos causam a proliferação de bactérias, com danos à saúde e perda de valor do patrimônio das pessoas”, explica.
Ainda segundo Giro, o processo de impermeabilização de piscinas só deve ser renovado após a apresentação de alguma patologia, “após o fim da vida útil prevista do sistema aplicado ou mesmo quando houver necessidade de alguma intervenção corretiva no sistema hidráulico ou de revestimento da piscina, que poderá expor a danos o material impermeabilizante. Para prolongar
a durabilidade da impermeabilização das piscinas é importante manter o rejuntamento sempre bem-feito; controlar o pH da água, mantendo-o equilibrado; não esvaziar a piscina em meses de elevadas temperaturas; mesclar rejuntamento flexível com rejuntamento rígido; não modificar o sistema projetado de circulação de água, diminuindo ou aumentando o número de pontos de circulação; cuidar dos bocais e terminais de acabamento do sistema de circulação; não tapar o ladrão da piscina, evitando transbordamento; e controlar as áreas adjacentes à piscina para evitar o acúmulo de água ao redor da estrutura externa, principalmente se ela não foi preparada para conviver com essa umidade”, diz.
Para cada piscina um tipo de impermeabilização
Para cada tipo de piscina existem produtos específicos que atuam como impermeabilizantes, mas, além disso, outros fatores influenciam na escolha do material a ser usado, como a condição da estrutura, a quantidade de água e até a inclinação do solo e o apoio da piscina que diz se ela é elevada, apoiada, semienterrada ou enterrada no solo.
“As piscinas que possuem estruturas que não estejam em contato com o solo podem ser impermeabilizadas com sistemas de manta asfáltica do tipo III, da norma, aplicados ou não com maçarico
ou asfalto oxidado a quente, poliuretano e membranas acrílicas. Para as estruturas enterradas em contato com o solo, deve-se observar a incidência da umidade nelas. Recomenda-se a aplicação de argamassa polimérica, pois combate duas funções: a pressão da água sobre a estrutura de dentro da piscina para fora e de fora da piscina sobre a estrutura dela.
Um dos fatores de sucesso do investimento que o condomínio fará é na escolha de um engenheiro ou arquiteto responsável e especializado para aplicar o dinheiro de que dispomos na reforma. O conhecimento de material e suas peculiaridades, além de experiência executiva, diminui o risco de custos desnecessários. Contratar uma empresa especializada é ter a garantia do investimento. Considero importante citar a existência, no Rio de Janeiro, da Associação das Empresas de Impermeabilização do RJ (AEI), onde o síndico poderá encontrar profissionais especializados nesse assunto, seja para simples consulta – para consultoria técnica, contratação de especificação adequada – ou até para análise de propostas de empresas especializadas em execução de serviços de impermeabilização, além de referências de material e fabricante”, indica, Giro.
Após a conclusão da impermeabilização, o síndico deve exigir que a empresa contratada faça o teste de estanqueidade que, de acordo com a NBR 9.574, verifica a impermeabilidade do sistema aplicado. O teste consiste em encher a piscina por, no mínimo, 72 horas a fim de verificar se ocorrem vazamentos ou variação no nível da água. Esse teste é de suma importância, pois somente após sua realização é que devem ser feitos os acabamentos, a fim de se evitarem gastos desnecessários.
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