A realização de manutenção preventiva frequente pode facilitar a avaliação e reduzir os custos com a solução dos problemas encontrados
Embora seja obrigatória, a inspeção predial em condomínios vai muito além do cumprimento da lei. A vistoria – que tem como objetivos analisar as condições técnicas de uso e estimular a manutenção da edificação – busca garantir a integridade de itens como fachada, instalações elétrica e hidráulica e elevadores, apenas para citar alguns tópicos vistoriados, e pode evitar dor de cabeça para o síndico e garantir a segurança dos moradores. Embora seja obrigatória sua realização a cada cinco anos, um olhar mais atento no dia a dia por parte do síndico e de sua equipe e a realização de manutenção preventiva podem garantir melhor desempenho dos equipamentos e das funcionalidades do condomínio.
“Esta é uma das muitas responsabilidades dos síndicos e é muito importante. A inspeção precisa ser feita com frequência, pois evita surpresas desagradáveis e auxilia na prevenção de problemas mais sérios para o condomínio”, explica Márcio Loureiro, síndico do Wonderful Lifestyle Resort, condomínio administrado pela CIPA na zona oeste, que conta com oito blocos e 512 unidades. Embora seja uma edificação nova, de apenas dois anos, Márcio conta que, por iniciativa dele e do conselho fiscal, com aprovação em assembleia, a inspeção no local já está em andamento, mesmo estando antes do prazo determinado pela Lei Estadual no 6.400/13 e a Lei Complementar Municipal no 126/13. “Como nossa estrutura é nova e ainda está na garantia, estamos contando com o suporte de engenheiros qualificados para que possamos obter embasamento técnico para exigir da construtora a correção de possíveis erros que talvez sejam imperceptíveis ao olhar de uma pessoa sem experiência técnica”, comenta.
Como funciona
Além de trazer maior segurança para os moradores, que têm a garantia de que o lugar onde vivem não oferece riscos, a vistoria técnica – como é conhecida a inspeção – pode valorizar os imóveis e
aumentar sua vida útil. Para que a análise seja reconhecida pela Prefeitura, é fundamental a contratação de um engenheiro, arquiteto ou empresa especializada, que esteja cadastrada no Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), que será responsável por emitir um laudo técnico que vai informar as condições gerais da construção.
Outro ponto que deve ser levado em consideração durante o processo é a possibilidade de planejar as intervenções necessárias com antecedência e programar o orçamento que será necessário para a ação. Sem contar com a detecção precoce de problemas, que pode tornar a solução mais simples, reduzir custos e minimizar o impacto na vida dos moradores.
No Wonderful, a inspeção deve ter a duração média de um mês, mas o prazo depende muito do tamanho do condomínio que será avaliado e da quantidade de anomalias detectadas. Vale destacar que o laudo técnico precisa informar qual o prazo para a realização de cada problema identificado, dado que deve ser definido pelo profissional ou empresa contratada para o diagnóstico. Esse documento deve ser enviado à Prefeitura mesmo que não exista a necessidade de reparos ou ajustes.
Uma vez realizada a inspeção, é preciso detalhar um plano de ação e determinar prazos para a solução dos problemas encontrados. É de extrema importância que o cronograma indicado
no documento seja cumprido, caso contrário, o condomínio poderá ser multado. Após a finalização e conclusão das questões sinalizadas, um novo laudo técnico deverá ser realizado, para validar tudo que foi feito e atestar as boas condições do condomínio. Esse novo laudo também deve ser enviado à Prefeitura.
Manutenção e cuidados no dia a dia
Se forem encontrados problemas na inspeção, vale a pena investir em soluções que não apenas resolvam a anomalia, mas tenham durabilidade e evitem reincidência nessas questões. “É muito importante seguir o prazo estipulado pela lei e contratar empresas que tenham credibilidade no mercado e estejam registradas no CREA. Um olhar experiente e treinado está apto a perceber detalhes que uma pessoa leiga com certeza não perceberia”, ressalta o engenheiro Luís Otávio Gomes Ribeiro, da Ricel Engenharia, empresa que acumula 36 anos de experiência na área. “O fato de o condomínio ser novo ou antigo não costuma fazer diferença no momento da inspeção predial, o que percebo é que as estruturas que passam por conservação preventiva frequente costumam apresentar menos problemas. Sem contar que as questões detectadas durante a avaliação podem acabar custando mais caro para os condomínios, já que costumam se acumular”, analisa.
“É como ir ao médico. Fazer checkups periódicos e ajustar o dia a dia conforme os resultados é sempre muito melhor do que procurar ajuda apenas quando a doença se instala. Com a manutenção preventiva é a mesma premissa. Cuidar da saúde do condomínio não é investimento, é obrigação. É claro que demanda atenção e esforço, mas vale a pena manter as estruturas o mais próximo possível do ideal”, conclui Ribeiro.
Para Loureiro, do Condomínio Wonderful, “a manutenção preventiva é fundamental e necessária para garantir maior durabilidade, desempenho e funcionalidade dos equipamentos. A conservação preventiva está ligada diretamente ao resultado do laudo que será elaborado. Sem ela, muito provavelmente, diversas falhas serão apontadas”, reforça. Ele dá uma dica aos administradores: “Não deixem de realizar a vistoria e de contratar empresas e profissionais habilitados, pois, além de dar maior segurança aos condôminos, é fundamental para a detecção de anomalias que nem sempre estão aparentes. Isso nos ajuda na gestão e no direcionamento em relação às manutenções preventiva e corretiva”, aconselha o síndico.
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