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Limpeza nas alturas

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Quais as melhores formas de limpar as fachadas de vidro do condomínio?

Manter as fachadas de vidro dos condomínios sempre limpas e brilhantes não é tarefa das mais fáceis. Primeiro porque esses vidros ficam em exposição constante e o acúmulo de poeira é inevitável e segundo porque o acesso a essa parte do prédio é difícil e exige muita técnica na hora da execução da limpeza. Os métodos desenvolvidos para a limpeza em altura tiveram inspiração esportiva, especificamente no rapel, um tipo de escalada para subir montanhas com o auxílio de cordas, a fim de alcançar lugares onde é impossível chegar caminhando. Mas o que o síndico deve saber na hora de contratar uma empresa para a realização de serviços externos em altura?

Segundo Thales Fanurio Mataranga, engenheiro civil da Matarangas Engenharia, empresa que oferece diversos serviços relacionados com manutenção predial e tem como especialidade os trabalhos em altura, atualmente, há algumas técnicas e equipamentos para alcançar as fachadas dos edifícios. “Temos o acesso por cabo de aço, por meio de cadeiras ou plataformas suspensas, e por corda, em que se usam cadeiras suspensas ou descensores (técnica de rapel). Todos os métodos são seguros, desde que sejam tomadas as precauções necessárias, conforme a NR-18 e a NR-35, um curso teórico e prático que treina e habilita o profissional para exercer o trabalho em altura, atendendo à legislação vigente. O processo de limpeza é simples, porém, deve ser feito por profissionais especializados e com as devidas NRs que regularizam esse tipo de trabalho. O método utilizado é o hidrojateamento, que consiste na aplicação de água em jatos de alta pressão, e também são usados produtos como desengordurantes, que ajudam e dão melhor resultado nesse processo de limpeza”, explica.

Natasha Lopes Mataranga, que também é engenheira civil da Matarangas Engenharia, explica que a periodicidade da limpeza varia muito, de acordo com o local do empreendimento. “A presença de árvores, por exemplo, pode sujar mais a fachada. Outros fatores que agravam a limpeza das fachadas são a poluição e a chuva, que causam uma aparência feia tanto das janelas quanto das fachadas. Em geral, para prédios com revestimento, aconselhamos a limpeza bianual, para conservar a aparência do rejuntamento e do acabamento final”, diz. A engenheira ainda explica que não existe nenhuma lei que regulamente a limpeza das fachadas e janelas. “Mas temos a Lei da Autovistoria (Decreto nº 37.426/13, Lei Complementar nº 126/13 e Lei nº 6.400/13), que determina a verificação das condições de conservação, estabilidade e segurança do edifício. O quesito conservação engloba as fachadas e as janelas das edificações, que devem receber atenção especial não somente em sua parte estética (conservação), mas também em sua estabilidade e segurança, de modo a não causar problemas para os transeuntes. Especificamente em relação à limpeza das janelas existe o Projeto de Lei nº 7.605/2006, que atribui essa atividade a empresas especializadas em serviço de limpeza, evitando que, de dentro das unidades, moradores e empregados realizem a faxina da face externa das janelas, a fim de minimizar os riscos para essas pessoas”, explica.

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Na prática

Ardanny Júnior é gerente do Condomínio Universe Empresarial, localizado na zona oeste do Rio, composto por 642 unidades, entre salas e lojas, divididas em sete blocos. “Todos os blocos têm janelas e venezianas, que também precisam de limpeza externa. Nós realizamos essa limpeza uma vez por ano, a não ser que haja algum evento que imponha a necessidade de fazer outra faxina em um espaço menor de tempo. Ano passado, contratamos uma empresa que tinha um equipamento diferente, era um braço com muitos metros de altura com uma mangueira e uma esponja que eram manuseadas do térreo. Essa mangueira jogava água desmineralizada, que não fica acumulada nas janelas e dispensa a necessidade de secagem. O sexto e o sétimo andares foram limpos com a ajuda de rapel, pois esse braço mecânico só chegava até o quinto andar. A próxima limpeza deverá acontecer entre agosto e setembro”, conta.

Para Júnior, é imprescindível a contratação de uma empresa especializada para a execução desse tipo de limpeza. “Há muitos pontos que nos fazem optar por uma empresa, mas o primeiro é a segurança. Contar com profissionais especializados nesse segmento, que são capacitados para fazer isso, é muito importante. Além disso, o contrato diz que a responsabilidade por eventuais problemas é da empresa, o que exime o condomínio de quaisquer incidentes. Não podemos correr o risco de contratar qualquer pessoa, nem uma empresa que não seja especializada para cuidar de um condomínio de alto padrão. Aqui, nos cercamos de cuidados, pedimos referências, perguntamos quem são os clientes e checamos recomendações. A dica para os síndicos é que não dá para acreditar em tudo o que falam, é preciso comprovar tudo e, inclusive, desconfiar de orçamentos com valores muito abaixo do mercado, pois há muitos profissionais incapacitados por aí, em todas as áreas, e é bom tomar muito cuidado para não cometer erros”, diz.

Fábio Luz, que é diretor-presidente da Full Time Alpinismo e Resgate, empresa especializada em limpeza de vidro e fachada; pintura; vedação de janelas; restauração de fachada; troca de chaminés e resgates, entre outros serviços com difícil acesso, explica que o serviço em altura deve ser realizado por uma equipe qualificada e treinada na técnica de acesso por corda, constituída por, pelo menos, dois trabalhadores, sendo um deles o supervisor. “A técnica do acesso por corda é considerada a mais segura de qualquer trabalho em altura. Durante a execução da atividade, o trabalhador deve estar conectado a pelo menos duas cordas, em pontos de ancoragem independentes, e essas cordas devem atender aos requisitos das normas técnicas nacionais, bem como os equipamentos auxiliares, e na ausência de normas nacionais, devem atender a normas técnicas internacionais. Outro fato muito importante é que a equipe de trabalho deve ser capacitada para autorresgate e resgate da equipe”, diz.

No que diz respeito ao procedimento em si, Luz explica que ele é adequado a cada realidade, mas, em geral, funciona na seguinte ordem: o excesso de sujeira é retirado com um pano e, na sequência, são borrifados água e sabão neutro; o vidro é lavado e o excesso de água é retirado com o auxílio de rodo ou pano, para não deixar marcas. “É recomendável que essa limpeza seja feita a cada seis meses. Pensando na questão financeira, a utilização do acesso por corda traz economia pela quantidade de profissionais requeridos para mão de obra e pelo tempo para a execução do serviço e ainda tem outros benefícios, como alcançar pontos de difícil acesso, mais segurança e menos agressão ao meio ambiente. Outra vantagem que esse método oferece é a rapidez com que os profissionais podem se locomover, realizando o trabalho com o mínimo impacto sobre outras atividades do condomínio, nas áreas vizinhas e ao meio ambiente”, explica

Segundo Thales Fanurio Mataranga, o maior custo das empresas é a mão de obra dos funcionários. “Como as técnicas de acesso por corda possibilitam maior agilidade na montagem e desmontagem dos equipamentos e maior agilidade na troca das ‘faixas’ que serão limpas (tanto da fachada quanto das janelas), temos uma redução do tempo final de execução, o que faz com que, em geral, as técnicas de acesso por corda sejam mais vantajosas para o cliente”, finaliza.

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