Enquanto outras cidades do país já experimentam recuperação mais vigorosa do mercado imobiliário, no Rio, a recuperação ainda caminha a passos tímidos. De acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-Rio), a estimativa é fechar 2019 com R$ 3 bilhões em valor geral de vendas de lançamentos na capital. A projeção está longe da média de R$ 10 bilhões registrada nos anos de boom do setor, de 2011 a 2013, mas corresponde ao dobro do total de 2017, o ponto mais grave da crise.
Um dos indicadores de recuperação aparece em levantamento do Secovi Rio, sindicato de empresas de habitação, que captou alta de 4,9% no total de imóveis negociados na cidade no terceiro trimestre de 2019: foram 12.827 contra 12.231 no mesmo período do ano passado. Segundo a pesquisa, 62,7% dos apartamentos tinham valores até R$ 300 mil. Já os imóveis de alto padrão – com preços acima de R$ 951 mil – são 6,9%.
O mercado de alto padrão tem ajudado na recuperação do setor. Construtoras que atuam no segmento estão tirando projetos da gaveta.
A faixa mais afetada pela crise é a formada por compradores de classe média com demanda por imóveis de R$ 301 mil a R$ 900 mil. Esta fatia depende da retomada do emprego e da estabilidade da renda para se comprometer com um investimento de longo prazo.
– Nos últimos quatro anos, o setor de construção teve queda expressiva, especialmente pelo achatamento da renda da classe média. O que manteve o setor produzindo foram os projetos do programa Minha Casa Minha Vida – diz Sérgio Cano.
José Conde Caldas, lembra que o novo Código de Obras e Edificações do Rio, aprovado este ano, possibilitou a redução da área mínima útil de apartamentos, e tem animado os investidores a participar de novos empreendimentos: – Em São Paulo, 28 mil unidades de apartamentos pequenos foram lançadas com sucesso, atraindo jovens, estudantes e casais idosos. O Rio já olha para este potencial.
As reduções nos juros dos contratos de financiamento e a competição entre os agentes financeiros têm levado otimismo ao setor. A Caixa Econômica, que detém cerca de 70% do mercado, baixou a taxa a 6,5% ao ano mais TR para novos contratos. Outros bancos também reduziram taxas.
Para Fabio Azevedo, professor de Direito Imobiliário, na Zona Sul a recuperação do mercado já começou: – Já há lançamentos previstos em bairros da Zona Sul, que estão com demanda mais aquecida e apresentam recomposição do preço.
FONTE: OGLOBO
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