Desde 2009, quando o telhado do prédio da Igreja Positivista, na Rua Benjamin Constant, na Glória, veio abaixo, a direção da casa vinha tentando, em vão, conseguir dinheiro para reparar a estrutura. Sem patrocínio ou qualquer ajuda financeira, decidiu vender um imóvel histórico na França para pagar a reforma, orçada em R$ 1 milhão. Esta semana, depois de seis meses de trabalhos, operários começaram a finalizar a cobertura do edifício e a retirar os andaimes e escoras que por nove anos impediram que o restante do prédio ruísse.
A visão da nave da igreja sem escoras, no entanto, é apenas um primeiro passo: ainda falta dinheiro para fazer o forro do teto e para pagar a restauração de todo o templo, custos orçados em cerca de R$ 16 milhões. Construído entre 1891 e 1896, com concepções arquitetônicas do filósofo Miguel Lemos e decoração de artistas como Décio Villares, ele chega ao século XXI com infiltrações, salas interditadas e pisos em péssimo estado. A parte superior do antigo portão de ferro, onde lia-se a frase “Os vivos são sempre e cada vez mais governados necessariamente pelo mortos”, caiu num dia de tempestade.
Batizado de Templo da Humanidade, o prédio tem fachada inspirada no Pantheon de Paris e foi erguido por seguidores do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), fundador da Religião da Humanidade, para sediar a Igreja Positivista do Brasil. O local e o acervo são tombados por município, estado e União. No Brasil, os ideais positivistas deram impulso à Proclamação da República.
– Como é um prédio tombado, todo o trabalho precisa ser feito por empresas especializadas, sob supervisão dos órgãos de patrimônio. Tudo é muito mais caro. A igreja tinha um prédio fora do Brasil, na França. Tivemos que vender para conseguir fazer o telhado – explica Christiane Souza, diretora de patrimônio do templo e filha do positivista Danton Voltaire Pereira de Souza, antigo administrador da igreja.
Com poucos seguidores, a igreja sobrevive do dinheiro que restou da venda do imóvel parisiense. A expectativa é que a beleza do templo possa atrair novos adeptos.
– Para tentar angariar fundos, criamos a Associação dos Amigos do Templo da Humanidade, que, por ser laica, pode captar recursos através de projetos, concorrendo em editais – diz Christiane.
O sonho é ver a igreja restaurada e servindo de sede para um centro cultural e um centro de memória do positivismo. Enquanto não se concretiza, a direção pediu ajuda para salvar o acervo, que corre risco de ser destruído pela umidade. No prédio, livros, documentos e obras de arte retratam a influência das ideias e símbolos positivistas no país. Parte do problema foi resolvido com a assinatura de termo de cooperação técnica com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
Fonte: O Globo
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