Nos últimos anos, a oferta de áreas de lazer específicas para animais de estimação, conhecidas como pet places, tem se tornado uma tendência em novos empreendimentos imobiliários. Esses espaços são projetados para garantir o bem-estar dos pets e a convivência harmoniosa entre todos os moradores do condomínio. Dados indicam que 46,1% dos lares brasileiros possuem, pelo menos, um cachorro, o que evidencia a importância de se criarem ambientes que acolham esses membros da família. Além disso, estudos mostram que a convivência com animais de estimação pode reduzir o estresse e promover a saúde mental dos tutores. Curiosamente, uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard revelou que pessoas que possuem cães são 34% mais propensas a alcançar os níveis recomendados de atividade física semanal.
A advogada dra. Camila Prado, especialista em direito animal e consultora da revista Condomínio etc., ressalta que “o aumento das famílias multiespécies em condomínios vem trazendo uma demanda que exige soluções que promovam a convivência harmoniosa entre animais e condôminos”.
Os pet places são áreas comuns do condomínio especialmente projetadas para o lazer, a socialização e a prática de exercícios dos animais de estimação. Mais do que simples espaços verdes, esses locais são planejados com diversos itens que garantem a segurança, a diversão e o bem-estar dos animais, como cercas, equipamentos para estimular a agilidade, mobiliário específico, áreas gramadas, bebedouros, comedouros e iluminação adequada. A dra. Camila Prado afirma que “a existência de um pet place no condomínio pode gerar inúmeros benefícios para os animais e os moradores ao oferecer um ambiente seguro e propício para o exercício físico, a socialização e a interação com outros pets, promovendo o bem-estar físico e mental dos peludos”.
Além de beneficiar os animais, esses espaços também trazem vantagens para os moradores de condomínios. “A presença desses espaços colabora para a redução de latidos excessivos e do estresse do animal, o que colabora para uma convivência harmoniosa no condomínio”, explica a especialista Camila Prado. Ela destaca ainda que “um condomínio com pet place valoriza o imóvel e demonstra compromisso com o bem-estar dos animais”.
Para a implementação de um pet place, contudo, é necessário adequar o espaço à realidade de cada condomínio, levando em consideração o número de animais e de condôminos existentes e o espaço disponível. A dra. Camila Prado enfatiza a importância de se “estabelecerem os deveres dos tutores em relação à utilização do espaço, como a coleta de dejetos, a higienização dos equipamentos e o cuidado com a grama”. Outro ponto crucial é a vacinação dos animais. “Os tutores devem manter seus amigos peludos vacinados, e a administração do condomínio pode exigir as carteirinhas de vacinação para garantir que somente cães imunizados frequentem a área de lazer.”
O regimento interno do condomínio deve prever regras claras e bem definidas sobre o uso do pet place, incluindo os horários de funcionamento, as normas de comportamento e as responsabilidades dos tutores. Além disso, a advogada explica que “os condomínios que tenham interesse em construir um pet place precisam alterar a sua convenção, o que exige a aprovação de dois terços dos condôminos em assembleia geral mediante a apresentação do projeto em assembleia”.
A convivência com animais de estimação traz benefícios inestimáveis para as pessoas, especialmente para as crianças. Estudos indicam que a interação com animais pode melhorar a socialização, reduzir a ansiedade e até mesmo ajudar no desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas em crianças. Todos saem ganhando com essa convivência: os tutores fazem amigos, as crianças encontram companheiros de brincadeiras e a comunidade do condomínio se fortalece. A dra. Camila Prado conclui que “a construção de um pet place exige planejamento, organização e a colaboração de todos os envolvidos, mas os benefícios para os animais, os tutores e para o condomínio são inúmeros, pois esse espaço pode proporcionar uma convivência harmoniosa e valorizar o empreendimento”.
Além de promoverem a saúde e o bem-estar dos animais, esses espaços também incentivam a criação de um senso de comunidade entre os moradores, fortalecendo os laços sociais e contribuindo para um ambiente mais amigável e acolhedor.
Rebeca e Pipoca: uma história de amor e superação
“Rebeca nasceu com uma síndrome rara, em que falta um pedaço do braço curto do cromossomo oito, o que traz atraso mental, cognitivo e dificuldade motora. Ela foi diagnosticada com dois anos e meio e, desde então, nunca gostou muito de barulho, de confusão e tinha pavor de cachorros e gatos.
Isso mudou em 2021, quando uma cadelinha seguiu meu filho, Thiago, no condomínio do pai dele, que mora na Região Serrana do Rio de Janeiro. Na época, ele tinha 11 anos e Rebeca, 17. A cadelinha foi seguindo Thiago até em casa. Ele se apaixonou e acabou convencendo o pai a ficar com ela, porém, eu que realmente acolhi a Pipoca aqui em minha casa.
Minha filha tem algumas crises, que são raras, mas que existem, e a Pipoca que a acalma. Em uma delas, Thiago estava com febre e queria dormir no meu quarto, e ela não queria que ele ficasse lá, então, começou a ficar nervosa com isso, mas, depois de muito convencimento, ele se deitou, e a Rebeca, que dorme ao lado da minha cama, ficou extremamente nervosa, aí começou a se bater, a bater no armário. A Pipoca subiu em sua cama e se deitou com ela. E aí eu disse: ‘Tá vendo? A Pipoca que dormir com você.’ Então ela abraçou a Pipoca e dormiu. A Pipoca só saiu depois que a Rebeca estava dormindo profundamente.
Hoje em dia, as duas dormem atracadas, e Rebeca perdeu totalmente o medo de cachorro. É até perigoso, porque ela quer mexer em todos na rua! Hoje, quando minha filha tem essas crises, ela quer a Pipoca de qualquer maneira, e ela realmente tem o dom de acalmá-la. E quando Rebeca está calma, ela coloca mantras para a Pipoca escutar, quando está pintando chama a Pipoca para ficar com ela e ela vai… Ela foi realmente um presente de Deus em nossas vidas.”
Valesca Cunha
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