Moradores podem ter doenças, durante o inverno, devido a problemas estruturais nos condomínios
O inverno começou e algumas cidades já sentem as temperaturas mais baixas devido às frentes frias. Nesta época do ano, as pessoas tendem a se concentrar mais em locais fechados e, portanto, com pouca ventilação. Com isso, podem sofrer com um inimigo pouco conhecido: a Síndrome do Edifício Doente (SED). A doença está associada a fatores como falta de impermeabilização, de higienização e de manutenção.
O problema presente em 30% dos edifícios no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) pode causar desde irritação nasal e ocular até dificuldades respiratórias, dores de cabeça e febre nos ocupantes desses locais. De acordo com o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), Jeferson Salazar, a falta de iluminação natural e a baixa qualidade do ar podem aumentar a possibilidade de um prédio ser classificado como ‘doente’.
“Quando não se contrata um profissional de arquitetura qualificado, o prédio provavelmente vai ser construído de forma irregular. Com isso, não se leva em conta a umidade do solo, o microclima, entre outros fatores”, explica o presidente do CAU/RJ.
A baixa qualidade do ar pode ser resultado de altas concentrações de monóxido de carbono (CO) ou de componentes tóxicos. “Já em relação à iluminação, a modificação da posição de uma janela, por exemplo, pode garantir uma melhora na vida do morador, facilitando a entrada de luz”, ressalta Jeferson. Ele acrescenta que pouca ventilação pode ainda causar um ambiente propício à germinação de bactérias e fungos.
“Fora isso, edifícios mal projetados também podem resultar em outros riscos para os moradores, como acidentes, e também afetar a estrutura do empreendimento”, conclui Jeferson.
Boa parte dessas edificações com problemas, no entanto, têm a possibilidade de ser recuperada. O engenheiro civil ambiental Fabio Bahiense explica que é importante a realização de manutenção: “Existe uma gama enorme de materiais que devem passar por revisão como instalações elétricas, hidrossanitárias e a gás, dutos de exaustão, bombas e elevadores”, afirma.
Cuidado: a SED pode evoluir para quadros de saúde bem mais graves
Segundo o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, o médico Marcello Bossois, identificar os problemas causados pela Síndrome do Edifício Doente não é tão simples.
Em geral, os indivíduos podem levar muito tempo para perceber que os sintomas estão diretamente relacionados às condições do local. “Por recomendação da OMS, o diagnóstico se faz quando há o seguinte movimento: presença de dois ou mais sintomas que se manifestem pelo menos duas vezes por semana no interior do prédio; e diminuição dos efeitos quando a pessoa deixa o ambiente”, explica.
Ainda segundo ele, por conta de habitarem por mais tempo lugares fechados para fugir do sereno em dias mais frios, mais pessoas terão os sintomas da doença no inverno.
Com o passar do tempo, a SED pode evoluir para casos mais graves de saúde. “A síndrome pode levar a quadros de rinites, faringites e laringites. Quando mal tratada, a doença pode provocar infecções das vias inferiores, como asma brônquica e pneumonia”, alerta a médica Patrícia Schlinkert, que também integra o Brasil Sem Alergia.
Além disso, a própria exposição aos fatores que causam a SED como infiltrações, má qualidade do ar, ácaros e poeira pode gerar ou agravar quadros de alergias respiratórias e dermatológicas.
Fonte: O Dia
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