A melhor tecnologia para detectar defeito numa instalação é o conhecimento técnico
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Quanto um condomínio se preocupa com a segurança? Com a violência que assola o Rio de Janeiro, não há dúvida de que vários administradores investem muito nessa questão. E com razão. Mas será que temos a mesma preocupação com a possibilidade de um incêndio? As instalações elétrica, de gás e do sistema de prevenção e combate ao fogo em seu prédio estão adequadas? Geralmente não pensamos muito nisso, mas esse tipo de acidente também pode trazer grandes prejuízos e até mesmo causar mortes.
No dia 12 de março de 2021, a atriz Paolla Oliveira levou um susto. Por meio das suas redes sociais, ela informou que parte da casa dela tinha sido atingida por um incêndio. Segundo a atriz, o acidente teria sido causado por uma pane elétrica. Ela termina a publicação pedindo para que “todos prestem atenção às instalações de eletricidade e possíveis focos de incêndio em suas casas e estabelecimentos”.
Caso muito mais grave aconteceu em novembro de 2020. Um apartamento em um edifício no Leblon, um dos bairros mais ricos da cidade, foi completamente destruído pelas chamas. O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Ricardo Damião Areosa, de 57 anos, e a mulher dele, Cristiane Teixeira Pinto, de 33 anos, morreram. Quando os bombeiros chegaram ao local, já era tarde: o apartamento havia sido tomado pelo fogo. As portas eram blindadas e os bombeiros tiveram dificuldade para entrar na residência, tendo que quebrar as paredes.
Em setembro de 2019, pai e filho morreram em um incêndio em um apartamento em Higienópolis, na zona norte do Rio. Vizinhos relataram que o pai, desesperado, tentou salvar o bebê passando-o pelas grades de uma janela, mas não conseguiu. O pai foi identificado como o angolano Bilongo Lando Domingos, de 40 anos, e o filho, Gabriel Kaleb Bilongo, de 1 ano.
Um curto-circuito no ar-condicionado, uma vela acesa ou um fio desencapado podem ocasionar uma tragédia. Não temos noção, mas de acordo com o Corpo de Bombeiros, em 3 minutos um cômodo inteiro pode ser destruído pelas chamas. Até o mês de março de 2021, a corporação registrou 7.631 ocorrências de combate a incêndio, sendo 1.041 em residências, em todo o estado do Rio de Janeiro. Segundo a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), em 2020, no Brasil, 54% dos incêndios em casas ou apartamentos foram causados por sobrecarga de energia. Para tentar evitar que situações como essas aconteçam, medidas preventivas podem e devem ser tomadas.
Os condomínios têm que estar em dia com uma série de autorizações e vistorias para poder funcionar adequadamente. E a questão não é meramente burocrática. São exigências que têm como objetivo fazer com que os imóveis atendam às regras de segurança e, com isso, os riscos de incêndio sejam minimizados.
Prédios mais antigos precisam de um cuidado maior ainda, principalmente na parte elétrica. Durante a construção desses imóveis, não havia tantos eletrodomésticos disponíveis, ou seja, a carga elétrica que cada apartamento precisava era bem menor. Hoje a situação é bem diferente. As casas são equipadas com aparelhos de ar-condicionado, chuveiro e ferro elétricos e diversos outros produtos eletrônicos, como micro-ondas e fritadeiras elétricas, que consomem muita energia.
A administradora de empresas Márcia Montalvão é síndica profissional e proprietária da empresa Sindmar. Ela atende condomínios residenciais, mistos e flats, nas zonas norte, sul e oeste e no centro da cidade. “Pela minha experiência, quando assumo um condomínio mais antigo, a primeira coisa que faço é pedir a autovistoria, que vai indicar as obras necessárias. O laudo de autovistoria aborda a parte elétrica, de gás e hidráulica e se enquadra no projeto do Corpo de Bombeiros. Assim, além da segurança para os moradores, também ficamos em dia com o seguro para que, se houver algum acidente, sejamos ressarcidos.”
A autovistoria é um diagnóstico da estrutura da edificação. Está na lei e tem que ser feita por uma empresa especializada. Prédios com mais de 25 anos precisam realizar a autovistoria a cada cinco anos. Segundo a síndica, para um bom laudo é necessário contratar uma empresa que tenha uma equipe multidisciplinar, isto é, um corpo profissional habilitado e com competência para analisar toda a estrutura.
Sergio Martins, diretor da empresa Serfautec Serviços Elétricos, afirma que “a manutenção preventiva é a melhor solução para garantir a eficiência da instalação e da segurança do imóvel. É imprescindível que o morador e o síndico contatem uma empresa ou profissional qualificado para que seja realizada uma inspeção técnica periodicamente, bem como a realização da autovistoria”.
Uma das reformas mais indicadas nesses imóveis mais antigos é a do quadro de luz (também conhecido como PC de luz), que preconiza que deve ser retirado o modelo de madeira – que está fora do padrão da Light e é condenado pelo Corpo de Bombeiros desde 1990 – e instalados equipamentos modernos. Para Márcia, “a utilização do PC de luz antigo faz com que haja um aumento desnecessário na conta de energia e, em casos mais graves, pode causar um princípio de incêndio”.
Para o diretor da Serfautec Serviços Elétricos, empresa especializada no ramo de eletricidade, “a rede elétrica muito antiga pode colocar em risco todo o sistema elétrico do condomínio, uma vez que os fios sofreram desgaste e ressecamento com o passar do tempo, tal qual as conexões, que se oxidaram, sem contar o excesso de emendas e os disjuntores incompatíveis. Dessa forma, o síndico e todos os moradores devem ficar atentos a qualquer sinal de anormalidade na rede elétrica, como quedas de energia, disjuntores que desarmam constantemente, queima de fusíveis e aquecimento dos condutores, para evitar possíveis danos capazes de gerar sérios problemas”.
A síndica explica ainda que o condomínio tem que ter vários documentos que comprovem que está de acordo com as normas federais, estaduais, municipais, com os decretos, bem como com as concessionárias de luz, gás e água. Por meio do Corpo de Bombeiros, o Estado recomenda que as edificações estejam adequadas ao Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (CoSCIP). De acordo com a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, “nele estão listados os equipamentos essenciais a um sistema de proteção e combate a incêndios”. Mas, segundo a corporação, não basta ter os equipamentos, sua manutenção é essencial.
Para os síndicos que administram prédios mistos (residenciais e comerciais), Marcia alerta para outros critérios. Segundo ela, o administrador precisa exigir das unidades comerciais toda a documentação que indique que as normas de segurança estão sendo cumpridas. “Um condomínio que tenha um supermercado ou um salão de beleza, por exemplo, em uma loja no térreo precisa estar respaldado para que, se acontecer algum acidente, consiga receber a indenização do seguro.”
Mesmo com todo o cuidado, alguns acidentes são imprevisíveis. Sergio, diretor Serfautec, chama a atenção para o trabalho feito por pessoas que não são especialistas no assunto. “Os riscos costumam acontecer por causa de instalações malfeitas ou muito antigas, que podem gerar, desde quedas de tensão na rede elétrica e curtos-circuitos até mesmo um princípio de incêndio, que pode se transformar em um incêndio de grandes proporções.”
Nessas situações, um sistema de combate a incêndio é indispensável para detectar, logo no início, algum problema, proporcionando agilidade nas ações a serem realizadas para controlá-lo. Ter o acompanhamento de uma empresa especializada, por meio de um contrato de manutenção preventiva, também é uma boa solução para manter todos os dispositivos fixos e móveis contra incêndio rigorosamente em dia. Essa é uma dica do diretor comercial da empresa JJM Equipamentos de Combate a Incêndio, Moises Cukier. “O condomínio tem que ter, no mínimo, extintores nos andares e em locais estratégicos, mangueiras nos padrões adequados, portas corta-fogo, iluminação de emergência funcionando nos corredores e nas escadas e uma boa sinalização visual fotoluminescente.”
Esses dispositivos são obrigatórios em condomínios residenciais, mas nos condomínios que desejarem instalar outros itens de combate a incêndio, um projeto pode ser feito. Um desses aparelhos é o sprinkler, que é um sistema de pulverização de água que é acionado automaticamente quando os vidros que envolvem o equipamento se rompem pelas altas temperaturas. Outras opções são: sensores de incêndio e sinal sonoro ou visual em um painel de controle ao detectar gás, fumaça, calor ou chama.
O Corpo de Bombeiros orienta ainda que “o prédio deve realizar um teste prático de todos os equipamentos anualmente, com uma empresa credenciada perante a corporação e o Inmetro. Outra dica é para que os condomínios mantenham, em todas as entradas dos edifícios, um mapa de risco, a fim de evitar qualquer perda de tempo na chegada dos bombeiros. Ele ajuda a identificar itens importantes na prevenção de incêndio”.
No caso da manutenção e instalação desses equipamentos de segurança, Moisés, da JJM Equipamentos de Combate a Incêndios, alerta que, pela legislação, é obrigatório escolher uma empresa especializada, pois só estas têm os credenciamentos exigidos perante as concessionárias para executar os serviços. Sergio, da Serfautec, concorda com essa visão. Ele afirma que, para se fazer uma reforma elétrica, também é necessário que “o condomínio contrate uma empresa devidamente registrada no Crea para a realização de um levantamento técnico do local para a elaboração de um projeto para reforma elétrica. A partir daí, serão determinadas todas as características de dispositivos de proteção, conexões, painéis elétricos etc.”.
Escolher uma empresa que tenha experiência no assunto, utilize equipamentos de segurança, cuja situação fiscal e jurídica esteja de acordo com as leis e, além disso, confirmar se ela cumpre suas obrigações trabalhistas e tem boas referências é importante. “Desconfiar de quem apresenta um preço muito abaixo do mercado e conhecer o escopo técnico apresentado pela empresa pode influenciar o custo-benefício da obra. Uma reforma malfeita pode interferir no tempo de vida útil do imóvel”, alerta o diretor da Serfautec. Para Sergio, “a melhor tecnologia para identificar problemas numa instalação elétrica é o conhecimento técnico do assunto em questão”.
O diretor comercial da JJM diz que é essencial a colaboração dos moradores. Não sair para atender um telefone ou tomar banho, por exemplo, e deixar uma panela no fogo. Acender velas e ir dormir também é outro perigo; o ideal é ter em casa uma luminária de emergência em pontos estratégicos. Mas, segundo Moisés, “é importante que os condomínios deem atenção ao sistema de incêndio da mesma forma que fazem com a manutenção de elevadores, portões de garagem, jardins, porque a melhor segurança é sempre se prevenir antes que o mal maior aconteça. Esse é o melhor remédio e, com certeza, o mais barato, pois verifica o problema de forma pontual sem acumular despesas”.
Corpo de Bombeiros: “Façam a manutenção e estabeleçam uma rotina preventiva dos equipamentos”
– Hidrantes: verificar regularmente seu funcionamento, assim como a existência da reserva de água para incêndio.
– Extintores: em edificações apenas residenciais multifamiliares, cada extintor deve cobrir uma área máxima de 250 m² com distância máxima de 20 m para o alcance do operador.
– Alarmes e iluminação de emergência: atenção à manutenção de lâmpadas e baterias, com vida útil curta, elas necessitam de substituição.
– Escadas de segurança, mangueiras e portas corta-fogo: atenção para não obstruir os acessos às portas e saídas de emergência.
– A casa de bomba deve ser ocasionalmente acionada: pelo menos semestralmente.
– Bombas de incêndio: deve haver um dreno para que elas possam ser testadas. Quando aberto, o acionamento das bombas deve ser automático, e elas deverão pressurizar a canalização preventiva.
– Alarmes sonoros: é muito comum serem desligados. Os alarmes são acionados quando há baixa pressão na tubulação de incêndio.
Dicas do Corpo de Bombeiros: no caso de um princípio de incêndio, como agir?
– Procure conhecer as saídas de emergência e seus acessos.
– Se um incêndio ocorrer no seu escritório ou apartamento, saia imediatamente. Muitas pessoas morrem por não acreditarem que um incêndio possa se alastrar com rapidez.
– Uma vez que você tenha conseguido escapar, não tem retorno. Nunca volte para pegar algo que possa ter esquecido.
– Esteja atento às indicações das iluminação ou sinalização de emergência.
– O abandono de um edifício em chamas deve ser feito pelas escadas, com calma, sem afobamento.
– Somente utilize o elevador se ele possuir, comprovadamente, dispositivo específico de pressurização para proteção contra incêndio ou sob orientação das equipes de socorro.
Seguro obrigatório
Decreto-lei 73/1966 (artigo 20), Lei 4.591/1964 (artigo 13) e do Código Civil (Lei 10.406/2002, artigos 1.346 e 1.348, inciso IX)
O seguro condominial obrigatório não cobre os prejuízos dos moradores. Ele garante apenas os danos estruturais do prédio. Isto é, as coberturas contra incêndio podem ser contratadas em dois tipos específicos: cobertura do prédio ou da casa e cobertura do prédio ou da casa e do patrimônio interno do local. Portanto, na maior parte dos contratos, os bens não estão assegurados.
Geralmente o seguro contra incêndio cobre apenas a reconstrução da estrutura do imóvel, como pintura, piso, janelas e portas. O morador precisa solicitar à parte o seguro de conteúdo para poder ter cobertura na reposição de eletrodomésticos e móveis, por exemplo.
Um seguro pode garantir que o patrimônio individual esteja protegido. O seguro de conteúdo é extremamente acessível, e na hora do sinistro é que valorizamos a sua contratação. Ligue para a Cipa Corretora de Seguros e peça informações sobre o Max Conteúdo – telefone: 2196-5116.
Serviço
Serfautec
(21) 3018-0037/96688-5353/96697-9090
serfautec.com.br
JJM Equipamentos de Combate a Incêndios
(21) 2560-5955
E-mail: [email protected]
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