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Quando a segurança pública é assunto de todos

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A união de moradores, Estado, segurança privada e tecnologia pode ser uma opção contra a criminalidade

 

Todo mundo que mora no Rio de Janeiro já passou ou conhece alguém que passou por um caso de violência. Só no mês de janeiro deste ano, por dia, mais de 300 pessoas foram assaltadas nas ruas do estado, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). No mesmo período, mais de 3 mil carros foram roubados.

As pessoas não vivem mais tranquilas como antes. A gerente administrativa Benika Matsumoto ressalta: “Muitas amigas mudaram suas rotinas, por exemplo, não fazem mais academia à noite por medo da violência ou evitam andar sozinhas quando escurece. Na mesma semana, soubemos de vários roubos na vizinhança e as pessoas acabam tendo que mudar os hábitos porque estão assustadas. Eu não mexo no celular na rua por medida de segurança.”. 

Benika já viu pela janela de casa muitos assaltos. No dia 13 de janeiro, uma mulher grávida foi rendida por bandidos. Menos de uma semana depois de presenciar o crime, ela foi a vítima. Vários homens desceram de um carro e fizeram um arrastão. Benika teve a bolsa roubada por um deles quando estava bem perto de casa. O grupo de criminosos também levou um carro e os pertences de várias pessoas que passavam pelo local. Na área, 37 carros foram roubados só em janeiro deste ano e 193 pessoas foram assaltadas na rua, segundo dados do ISP. “Meu medo é que um dia tenha uma vítima fatal, porque a gente só sabe da reação que vai ter na hora do crime. Eu reagi ao assalto e só não fui baleada porque o comparsa, que estava armado, não me viu.”

A administradora foi à delegacia e registrou queixa. Mas muitas vítimas acham que essa medida não resolve nada e, por isso, preferem não fazer o boletim de ocorrência. “As pessoas não entendem a importância de registrar o roubo. Isso faz toda a diferença, porque ajuda a mostrar onde estão localizados os crimes (mancha criminal) para que, então, possamos exigir da Polícia Militar mais patrulhamento”, alerta Benika.

A síndica do Condomínio Barbacena, na zona sul, Clarisse Bokel da Motta, também faz este apelo às pessoas, que registrem os crimes na delegacia, mesmo que seja apenas o roubo do celular. “Nunca fizemos parte da mancha criminal do estado. Conheço várias pessoas que são assaltadas, mas não fazem o registro da ocorrência. Se você não mostrar que seu bairro está passando por perigo, não consegue reivindicar da polícia mais atenção”, afirma. 

Clarisse e Benika são atuantes na questão da segurança e costumam se reunir com o comandante do batalhão da área onde moram para exigir medidas de precaução e melhoria no patrulhamento. “Quando a violência está próxima, temos que nos envolver com a segurança pública. Aliado a isso, aqui no condomínio, temos câmeras de segurança, porta e portão eletrônico. Iluminamos os 11 postes da lateral do jardim. Acredito que somente com a união dos moradores e do poder público conseguiremos mais segurança na região”, diz Clarisse.

O bairro de Clarisse e Benika foi um dos últimos da zona sul a ser beneficiado com o projeto Segurança Presente, mas a união tanto com a Polícia Militar como com o projeto tem sido muito benéfica para os moradores dali. 

No caso do assalto de Benika, as câmeras de segurança dos prédios ao redor, que são viradas para a rua, flagraram toda a ação. As imagens foram encaminhadas para a delegacia. Fernando Príncipe, sócio-diretor do Grupo Solidez, acredita que “empresas e pessoas elencam sua segurança como base de sustentação da vida social e econômica. Acho que as pessoas devem estar sempre interessadas nas questões que envolvem sua segurança e a de seu patrimônio. Esperar que o Estado seja suficiente para atender a nossas necessidades é utopia”.

Cláudio Brandão, proprietário da empresa Brandão Sistemas de Segurança, especialista há mais de 20 anos em segurança eletrônica, considera que toda parceria é bem-vinda. Para ele, se estiverem com a manutenção em dia e funcionando perfeitamente, as câmeras ajudam muito na elucidação de crimes. “Nos últimos anos, houve uma procura significativa por produtos de segurança eletrônica por causa do aumento da criminalidade no país. Os clientes estão aderindo cada vez mais aos sistemas de câmeras HD/IP, que são a tecnologia do momento. Com a linha IP, por exemplo, apenas uma câmera pode substituir até oito câmeras comuns e ainda faz reconhecimento facial, leitura automática de placas com resolução em até 48× e em até 12MP a mais que 4K. Outra câmera faz a contagem de pessoas.”

Ricardo Coelho Vianna, proprietário da empresa Digiseg Tecnologia em Segurança Eletrônica Ltda., também considera que o monitoramento por câmeras de segurança auxilia na identificação e prisão desses bandidos, colaborando na investigação da polícia. “Além de coibir, ajuda a desvendar. Além disso, muitos moradores de condomínios próximos já estão se unindo para colocar câmeras nas calçadas. Nos condomínios fechados, tem como colocar um alarme bem simples, com leitor biométrico na portaria e na saída, sem depender de um operador. O próprio sistema libera e bloqueia os moradores. Se alguém que não é cadastrado entra, faz muito barulho. Temos também refletores com sensor de movimento nos muros. Luz e som para afastar quem tenta entrar no prédio.”

Segundo o proprietário da Digiseg, o importante é conversar com uma empresa especializada. “Conversando a gente entende a necessidade de cada cliente e pode adaptar os equipamentos para melhor atender cada condomínio.” O proprietário da Brandão Sistemas de Segurança também alerta para a importância dos pequenos detalhes que auxiliam na segurança de todos. “Ter cuidado na hora de entrar na garagem. Se tiver alguém nas proximidades com postura suspeita, não entre, dê outra volta até se assegurar de que não terá problema. Outro ponto importante é o síndico treinar todos os colaboradores e, principalmente, o porteiro para não abrir a porta para qualquer pessoa. Depois que deixamos entrar, colocamos todo o investimento em xeque. Devemos ficar sempre alerta, como falam os escoteiros.”

A informação também é essencial quando estamos tratando de segurança. Benika criou um grupo fechado no Facebook no qual os moradores do bairro podem colaborar com vídeos, fotos e informações sobre assaltos. Podem conversar sobre segurança. “Entrar em contato com a polícia também é essencial, por isso é muito importante participar dos conselhos de segurança, que são reuniões que acontecem periodicamente em diversos batalhões do estado. O próprio comandante recebe os moradores para discutir segurança. É fundamental ter ajuda do poder público. Nós pagamos por isso.”

Fernando Príncipe foi policial militar por mais de 30 anos, inclusive comandando o Batalhão de Operações Especiais da PM (BOPE). “Nesse período, presenciei o envolvimento das comunidades com seus respectivos batalhões. Elas apresentam seus problemas e têm na hora uma ação do comando que vai ao encontro de seus anseios. Também nessas reuniões dos conselhos de segurança, os comandantes de batalhões prestam contas de seu trabalho. É uma experiência de êxito na relação Polícia Militar e comunidade”, afirma.

Mas para completar esse trabalho, Príncipe acredita que quanto maior os recursos eletrônicos e logísticos empregados no combate à criminalidade o resultado será sempre melhor. Principalmente em um estado violento como o Rio de Janeiro, onde as pessoas têm grande sensação de insegurança. Uma pesquisa do Datafolha, de 2018, constatou que 92% dos entrevistados temem morrer aqui vítimas de assalto, tiroteio ou bala perdida.

Se dentro dos condomínios já nos sentimos mais seguros com essa proteção tecnológica, muitos moradores também optam pela segurança privada para ajudar a coibir os roubos nas ruas. Príncipe alerta, no entanto, que tem que haver cuidado na hora da contratação dessas empresas. Segundo ele, o serviço é regulado por leis e há fiscalização da Polícia Federal. “O contratante deve verificar, perante a Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp), da Polícia Federal, se a organização escolhida está autorizada a funcionar”. Príncipe também enfatiza que seja verificado se a estrutura física da empresa selecionada é compatível com o nível do serviço que o cliente está buscando. Além disso, é importante ver “se ela já possui alguma expertise no trabalho a ser contratado. E é bom ouvir também a opinião de outros clientes que ela atenda. Uma providência interessante é saber se a empresa é filiada a seu sindicato de classe, pois, se for, segue padrões mais rigorosos de funcionamento e é mais comprometida com os acordos de classe, as leis trabalhistas e o recolhimento de INSS e FGTS”, explica ele.

Investir em inteligência, tecnologia e exigir que o poder público trabalhe em conjunto com a sociedade pode ser um caminho para se conseguir um pouco mais de tranquilidade na região em que moramos. Segurança pública é um assunto muito complexo e requer diálogo e união de esforço. Não existe solução fácil, ainda mais em um país com tamanha desigualdade social, baixo investimento em educação e crescimento acelerado e desordenado da população menos favorecida. 

 

Serviço 

Brandão Sistemas de Segurança
Tel.: (21) 96720-9569
brandaosistemas.com.br

Digiseg Tecnologia em Segurança Eletrônica Ltda.
Tel.: (21) 3624-9505
E-mail: [email protected]

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