É possível manter o estilo antigo do elevador sem deixar de lado a segurança
O tempo passou, mas a moda vintage nunca esteve tão em alta. Prova disso é que até mesmo os elevadores têm acompanhado a tendência retrô, que parece nos levar para o passado. Resultado: elevadores antigos, sim, mas com tecnologia novinha em folha.
O síndico Nelson de Albuquerque Caldas, à frente do Condomínio Massangana, na zona sul carioca, é um exemplo de como unir o útil ao agradável. O prédio, que foi construído na década de 1930 e possui 27 apartamentos, ainda usa os mesmos elevadores. Só que os dois sociais precisaram passar por uma reforma. “Eles possuem porta pantográfica automática e a modernização realizada neles envolveu toda a parte eletrônica, com direito a quadro eletrônico e botoeiras. Só para ter uma ideia, o quadro eletrônico, de tão antigo, tinha até fio de pano!”, relembra ele, que optou pela modernização por uma questão de segurança. “As cabines continuaram as mesmas, de madeira, pois, além de ser muito mais caro trocá-las, há a questão estética, para manter o padrão do prédio”, completa.
Segundo José Roberto Carnaval, diretor comercial da Alpha Elevadores e que assinou a reforma do prédio do síndico Nelson de Albuquerque, a questão estética não tem certo nem errado. “Temos de respeitar o gosto do cliente. Com efeito, é interessante que a aparência do elevador harmonize com a do estilo do edifício. Portanto, cabe ao cliente escolher as inúmeras possibilidades de modernização estética, desde que não fiquem focadas apenas na aparência. Por isso é necessário cuidar principalmente da segurança e funcionalidade, bem como do consumo de energia do meio de transporte”, explica ele.
No caso, o que deve ser levado em consideração pelo síndico, que é de extrema importância, é a modernização técnica do elevador. “Exceto em casos excepcionais, como edifícios tombados pelo Patrimônio Histórico, o ideal é buscar a melhor técnica disponível para seu funcionamento, além da atualização de segurança mais próxima das normas atuais. Afinal, temos de lembrar que muitos elevadores foram fabricados quando os conceitos de segurança de nossa sociedade não exigiam cinto de segurança nos automóveis, capacete para andar de moto, entre outros recursos de preservação da vida que hoje adotamos. Somente um carro antigo de colecionador tem licença para ser dispensado dos itens de segurança atuais”, compara.
De acordo com Edson Parmejano, sócio-diretor da União Elevadores, o foco é buscar a segurança em primeiro lugar. Por isso ele indica sempre substituir os itens pelos mais modernos. “Caso o síndico deseje modernizar itens referentes à troca lógica do elevador, tornando-o mais seguro, econômico e confortável, por exemplo, optar pela troca do quadro de comando e por manter partes do elevador que são visíveis, como portas de cabine, portas de pavimento e puxadores, é possível. Porém, um estudo de viabilidade técnica deverá ser feito, e o síndico deve ter consciência das vantagens e desvantagens que manter um elevador retrô tem a oferecer ao condomínio”, revela.
Síndicos devem estar atentos à manutenção técnica
José Roberto Carnaval, da Alpha Elevadores, afirma que o ideal é buscar a melhor técnica disponível para o funcionamento do elevador, que deve prezar por uma manutenção técnica adequada. “A modernização técnica vai ser realizada quase toda independente da parte estética, visto que os principais itens estão na casa de máquinas e no poço do elevador e, portanto, não visíveis aos usuários. Apenas botoeiras e indicadores envolvem as duas questões, mas existem botoeiras de latão, vidro, inox e muitas outras opções”, explica.
Sendo assim, a modernização técnica vai ser focada na parte elétrica, em especial no quadro de comando, considerado o “cérebro” do elevador. “Ele passará a ser eletrônico, com inúmeras vantagens: menor índice de falhas, viagens mais confortáveis, sem trancos e sem formação de degraus. E, claro, mais seguro e com significativa economia de energia elétrica, em média 40% mais eficiente”, completa o diretor comercial da Alpha Elevadores.
Edson Parmejano, da União Elevadores, explica que há casos em que os equipamentos possuem portas pantográficas (portas de cabine) e portas de pavimentos com as respectivas maçanetas/puxadores antigos que podem, de fato, dar um aspecto retrô ao prédio, agradando a alguns moradores. “No entanto, esses itens, em caso de quebra, não poderão ser substituídos por outro do mesmo modelo, simplesmente por não serem mais encontrados no mercado. Já na porta pantográfica existe a possibilidade de realizar reparos em oficina, embora, com o tempo, ela tenda a falhar novamente, causando a paralisação do elevador por dias, visto que a porta tem de ser removida e levada a uma oficina especializada. Por isso manter esse tipo de tecnologia, elegante para alguns, mas certamente ultrapassada, tende a ser improdutivo”, afirma.
Assim, Edson Parmejano, da União Elevadores, observa que o desejo do cliente de preservar a porta pantográfica – as chamadas portas de cabine –, por exemplo, deve ser estudado. “Se analisarmos que existe espaço físico, a modernização técnica consiste em instalar um novo sistema de operador de porta para manter a porta da cabine como está. No caso de segurança, as portas pantográficas são mais perigosas, uma vez que acidentes com pets e crianças podem acontecer em caso de abertura ou fechamento. Mas se mesmo assim o síndico optar por mantê-las, é possível instalar um sistema de operador de portas mais moderno, que movimente esse tipo de porta, porém, ele terá de ser adaptado. Consequentemente, um estudo de viabilidade técnica se faz necessário”, acrescenta.
Gustavo Mäes passou por uma reforma nos três elevadores, dois sociais e um de serviço. De acordo com o síndico do Condomínio Varandas da Lagoa, construído em 1995, na zona sul do Rio de Janeiro, com 40 unidades e um bloco, o foco foi a modernização, e não o embelezamento, dos elevadores por questões orçamentárias. “Eles já vinham apresentando problemas crônicos de interrupção com bastante frequência, consumo de energia elevado e preocupação relacionada com a segurança, em especial no que se refere à parada fora do nível dos andares, algumas vezes abaixo quase 15 centímetros”, diz ele, completando que foi um trabalho muito criterioso, realizado pela Alpha Elevadores.
Na reforma, nada de peças recondicionadas. “Isso fez com que as visitas de manutenção se tornassem bastante reduzidas; hoje, realizamos a manutenção preventiva, o que resulta no aumento da vida útil do equipamento. Ou seja, posso afirmar que o custo fixo de manutenção reduziu em 30%. A modernização fez com que nossos problemas simplesmente acabassem. Para tanto, buscamos o que tinha de mais sofisticado no mercado. Hoje tudo é bem mais seguro: paradas suaves, sempre no nível, com programação de destinação em andares de forma inteligente”, afirma.
Portanto, cabe pensar bem ao mudar para o visual retrô, pois certos clientes gostam tanto da ideia que querem seguir essa tendência para tornar seus elevadores mais bonitos e com aquele ar vintage. “Alguns clientes estavam interessados em manter a porta e outros itens para dar um aspecto retrô, mas depois de conscientizar o síndico e os administradores, eles mudaram de ideia e escolheram a alternativa mais moderna, mas com itens de arquitetura nos moldes mais antigos. Vale ressaltar que museus clássicos, apesar de manterem seu aspecto arquitetônico voltado para o classicismo, substituem por completo os elevadores”, opina Edson Parmejano, da União Elevadores.
Roberto José Carnaval, da Alpha Elevadores, também ressalta a dificuldade de ter um elevador do século passado. “Imagine que é bem mais fácil encontrar um técnico para consertar um computador do que uma máquina de datilografar. Se seu elevador é desse tempo, é bom já planejar uma modernização”, finaliza.
Serviço
Alpha Elevadores
(21) 2590-1292
elevadoresalpha.com.br/
União Elevadores
(21) 3860-9401
uniaoelevadores.com.br/
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