Imóvel sustentável gera economia e é valorizado
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Entre 23 de agosto e 1º de setembro, aconteceu a Semana Mundial da Água de 2022, em Estocolmo, na Suécia. O encontro foi realizado on-line e contou com participantes do mundo inteiro, que discutiram soluções para um consumo mais consciente para preservar a água no planeta. A conferência propôs uma reflexão: apesar de a água cobrir 71% da superfície da Terra, apenas 3% da água do mundo é doce. Desse percentual, 2,5% estão congelados nas geleiras e a humanidade conta apenas com 0,5% para todas as suas necessidades e as dos ecossistemas.
Mesmo o Brasil apresentando uma das maiores reservas de água do mundo, 70% da água doce disponível no país se encontra na Bacia Amazônica, onde menos de 5% da população está concentrada. Enquanto isso, as cidades mais populosas são altamente dependentes das chuvas. Por todas essas questões e em um momento em que a crise hídrica é cada vez mais frequente, precisamos pensar em soluções baseadas na natureza.
O biólogo Ricardo Nehrer, diretor da empresa Nehrer Sustentabilidade, diz que, mesmo a passos lentos, estamos avançando para pensar soluções para essa questão. “Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, a gestão das águas vem tomando uma força cada vez maior. A cada década, novos mecanismos e políticas públicas vêm se sucedendo para um melhor uso das águas, mas a velocidade ainda é menor do que o estrago feito.”
Nas próximas décadas, a escassez de água pode afetar dois terços da população do mundo, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). Na opinião de Ricardo, a instalação de sistemas que fazem o controle e o monitoramento da água nos condomínios é um movimento significativo para o melhor uso desse líquido fundamental para a humanidade. “Como diz o provérbio chinês, para uma longa caminhada é necessário o primeiro passo. Para um melhor gerenciamento, para um melhor uso, um melhor relacionamento do ser humano com essas águas é necessário o primeiro passo. Os condomínios precisam ser mais ousados, mais destemidos em investir, educar e incentivar os moradores e funcionários a terem melhor atitude em relação às águas.”
No Brasil, apesar de as indústrias já terem colocado em prática esses mecanismos, o país reutiliza menos de 1% da água. A boa notícia é que as novas edificações já executam o projeto da obra com o sistema de captação pluvial e, em alguns casos, até com estações de tratamento de esgoto interno. Entretanto, os condomínios mais antigos também podem implementar o sistema.
Fernanda Barcelos é síndica profissional da empresa Síndico Rio. Ela administra, pelo menos, 2.500 unidades em vários condomínios de diferentes bairros no Rio de Janeiro. Quatro imóveis geridos por ela têm sistema se reúso de água. Dois deles já foram construídos na planta e nos outros dois ela adaptou. “Foram feitas calhas nos telhados dos prédios que levam a água até uma cisterna de 50 mil litros, que já existia na garagem e estava desativada. Essa água é bombeada até as torneiras e é usada para a limpeza das áreas comuns e nos jardins. Cada síndico precisa analisar as necessidades do condomínio, pensar nas demandas. A construção dessas obras exige investimento relevante, como compra de bombas e manutenção. Mas o gasto vale a pena.”
Allyne Duque Ramos, diretora da empresa Nova Saturno, afirma que o reúso de água se tornou uma boa opção para condomínios residenciais. “Nos últimos anos, a demanda para a implantação de sistemas de captação pluvial em condomínios cresceu muito; com isso, as grandes empresas hoje fabricam produtos que nos ajudam a realizar projetos muito melhores. Em alguns casos, a economia de água é de quase 30%.”
Em um dos condomínios administrados por Fernanda Barcelos, a economia ficou bem acima disso. Mas não foi só com o reúso de água. A síndica foi responsável por implantar gestão hídrica no imóvel. Ela contratou uma empresa para fazer uma varredura em todos os apartamentos para checar a situação das instalações de água e se não havia vazamento nas unidades. “A gente gastava muita água com a limpeza das áreas comuns. Com o aproveitamento de água da chuva e essas atitudes de prevenção e manutenção, conseguimos gerar uma enorme economia. A conta de água passou de R$ 72 mil para R$ 29 mil. Com o valor que economizamos, pudemos pagar rapidamente as obras do sistema de reúso e aplicar o restante em melhorias para o condomínio.”
Outro ponto a se levar em conta é que os condomínios com reúso de água raramente têm problemas com a racionalização de água. “Mesmo em meses em que quase não chove ou quando a empresa de abastecimento precisa fazer algum tipo de manutenção, não sofremos com a falta de água. Isso porque podemos fazer o controle do abastecimento da água potável para o consumo dos moradores e da água de reúso para a limpeza e as demais necessidades do condomínio”, explica Fernanda.
É importante ressaltar também que a água fornecida pelo estado tem de seguir o padrão de potabilidade. A água coletada da chuva não, ou seja, não é potável. Mesmo que tratada e que pareça limpa, ela não tem qualidade garantida para consumo. Por isso, não serve para beber nem cozinhar. Mesmo assim, os reservatórios devem ser limpos com frequência para evitar o acúmulo de resíduos que podem danificar as bombas. De acordo com Allyne, da Nova Saturno, “todas as caixas receptoras de alvenaria ou polietileno devem ser higienizadas de seis em seis meses conforme determinação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Hoje em dia, já temos diversos tipos de elementos filtrantes e filtros para que a sujeira não fique acumulada nos reservatórios, prejudicando o funcionamento das eletrobombas”.
A Desentupidora J. Costa também faz a manutenção e limpeza desses reservatórios. Joel Rodrigues, gerente da empresa, afirma que “uma das formas de limpeza é pelo serviço de hidrojet (água pressurizada), que lava as paredes das cisternas ou caixas coletoras. Mas para que tudo funcione da forma adequada, é importante chamar uma empresa especializada e já aproveitar e fazer uma limpeza geral nas caixas de gordura, nos poços e nas caixas de reúso”.
Fernanda afirma que está sempre atenta à limpeza da cisterna. “Às vezes, quando a chuva é muito forte, observamos se a água não vem muito suja. Caso seja necessário, antecipamos a limpeza. Além disso, temos bomba reserva e contrato de manutenção de todas as bombas do condomínio com uma empresa muito parceira que está disponível 24 horas para qualquer problema que aconteça.”
E essa é a recomendação de especialistas no assunto. Allyne, da Nova Saturno, diz que é fundamental que o condomínio tenha sempre dois conjuntos de bombas para que, em uma possível falha do sistema de eletrobomba, o funcionamento do reúso não fique inoperante. E, claro, um contrato com uma empresa que tenha experiência no mercado. A Nova Saturno, por exemplo, é especializada em sistemas de captação pluvial. Para a diretora da empresa, “a sustentabilidade em diversas áreas é uma grande aposta para o futuro”.
E nesse futuro mais responsável, Fernanda investe em soluções ecológicas. Além do sistema de reúso de água, no Condomínio Sunset, na Barra da Tijuca, ela começou uma horta comunitária. A ideia é colher os alimentos e organizar um almoço para todos os condôminos. Além disso, a síndica ainda tem um projeto de água cinza, que é o reaproveitamento da água do banho e da máquina de lavar roupa, por exemplo. “Esse plano ainda está em estudo. Precisa de um investimento maior porque é necessário construir um sistema de tratamento dentro do condomínio. Todos esses sistemas de reúso de água, reciclagem de lixo, economia de eletricidade ajudam a cuidar do meio ambiente e geram economia no bolso do morador e valorização do imóvel.”
E para quem acha que mudar de atitude em um condomínio não vai conter o avanço da destruição do meio ambiente no planeta, Fernanda deixa um recado que nos faz refletir sobre o assunto: “Acredito que a mudança começa em casa. As famílias veem que essas atitudes geram resultado concreto e passam adiante para amigos e parentes, que também vão propagar esse conhecimento. Essas ações pontuais acabam se transformando em ações coletivas. É necessário que a gente faça nossa parte. Informação e esclarecimento são fundamentais para a mudança que queremos no mundo.”
Serviço
Desentupidora J. Costa
(21) 2568-1000/3478-1000/96464-4277
www.desentupidorajcosta.com.br
Nova Saturno
(21) 2245-4208/97342-7185/99988-1443
www.novasaturno.com.br
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