A importância da limpeza dos reservatórios de água
Os síndicos não podem negligenciar a limpeza dos reservatórios de água do condomínio. Não só porque desejam ofertar água limpa para os moradores, mas, sim, porque a lei exige. Oferecer água de boa qualidade ao condomínio é obrigação do síndico, e dessa forma deve ser encarada a tarefa.
Quem nos dá os detalhes é Marcus Pires, diretor da Imuni Service, empresa com mais de 50 anos de vida que tem a certificação de qualidade ISO 9001 e é especializada em limpeza de reservatórios de água e na prevenção e no combate a pragas e vetores. “No estado do Rio de Janeiro existe uma lei que estabelece a obrigatoriedade da limpeza e higienização dos reservatórios de água para fins de manutenção dos padrões de potabilidade. É a Lei nº 1.893, de 20/11/1991”, explica.
Segundo o especialista, além da limpeza de caixa-d’água, devem ser realizadas também a desinfecção e a coleta de amostras para confirmação da potabilidade da água: “Segundo a lei, todos os estabelecimentos que possuem reservatórios com água designada ao consumo humano podem ser inspecionados por fiscais dos órgãos responsáveis, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A limpeza de caixa-d´água é um procedimento de higienização que deve ser realizado de seis em seis meses, no mínimo, para total segurança. Outra regulamentação é da Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade”, explica.
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Sem noção
Com tantos anos no mercado, Marcus Pires já viu de tudo, mas nada se compara a reservatórios destampados. “A falta de cuidado de alguns síndicos pode colocar em risco a saúde de quem bebe daquela água. Já tiramos insetos, cadáveres de pombos, ratos e até mesmo o esqueleto de um gato de uma caixa-d’água. Esse último foi numa empresa, uma funcionária quando soube quase desmaiou. Isso explicava por que muitos ali passavam mal”, lembra ele, dizendo que a entrada de insetos e animais é algo comum se as caixas-d’água não estiverem bem fechadas. “Geralmente elas ficam no topo das edificações, local de difícil acesso e controle. Com isso, a água pode ficar contaminada por micro-organismos que transmitem uma série de doenças que atacam o sistema gastrointestinal. A limpeza da caixa-d’água é também uma forma de inspecionar essa invasão indevida.”
Mesmo com a tampa bem vedada o condomínio não fica livre de fazer a limpeza semestralmente. Como diz Pires, por mais que a Cedae diga que a água é limpa, a estrutura da cidade é muito antiga: “A água vem fluoretada, mas também pode vir contaminada, com sujeira. No estado do Rio de Janeiro usa-se muito cloro, portanto, seria difícil a água vir com bactéria, mas pode acontecer até mesmo por conta do nível de interferência que que se dá até a água chegar ao prédio. Rompimentos na canalização e rachaduras certamente vão contaminar a água”, avisa.
Outro detalhe importante é quando falta água: “A sujeira que vem na água também pode se acumular nos reservatórios. Todo cuidado é importante quando há interrupção na rede de abastecimento, pois o fluxo desse recurso natural pode voltar com detritos como areia e terra, por exemplo, que estavam aglomerados nas tubulações”, explica
O especialista ainda avisa que, mesmo o reservatório estando fechado, os minerais da água podem descer e formar lodo se ela ficar parada por muito tempo. Ou seja: a limpeza semestral não deve ser esquecida em nenhuma situação.
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Questão de responsabilidade
A síndica Elisabeth de Santiago, do Condomínio da Prainha, Região dos Lagos, não descuida da limpeza de seus reservatórios. O condomínio foi inaugurado em 1982, tem cinco blocos, três andares, cada qual com 60 unidades. São cinco caixas-d’água e cinco cisternas. É muita responsabilidade.
O condomínio conta com a ajuda da CIPA desde sua fundação, e a síndica conta com a ajuda da revista Condomínio etc. para contratar fornecedores e se inteirar dos mais diversos assuntos relativos à vida condominial: “A revista é um excelente instrumento para o síndico. Todas as empresas que contratei por meio dela me satisfizeram muito!”, diz.
Na hora de fazer a limpeza dos reservatórios, a síndica contrata a mesma empresa de sempre: “Eu confio no trabalho deles. São muito criteriosos, fazem o teste de potabilidade após a limpeza; eu diria que não é um serviço barato, é significativo, mas muito bem-feito”, elogia.
Elizabeth atribui à represa de Juturnaíba a excelente qualidade da água que o condomínio recebe, mas sabe que, mesmo assim, a limpeza dos reservatórios é indispensável: “Em todos os exames nunca tivemos problemas de contaminação da água”, ressalta ela, que também não abre mão da limpeza das caixas de gordura e das fossas.
Um fator que, por vezes, atrapalha o cronograma das ações de manutenção do condomínio é a inadimplência. “Estamos com mais de 10 pessoas em débito”, lamenta.
Quando a limpeza está para acontecer, o porteiro avisa aos condôminos pelo menos uns três dias antes: “Como é um condomínio de veraneio, faço a limpeza sempre em baixa temporada, pois, nesse período, não há quase ninguém no condomínio. Nunca tenho problema com isso”, ressalta.
Falando em veraneio, na alta temporada, a conta de água sobe mais de 50% no Condomínio da Prainha: “Procuro dar dicas de como economizar. Entre elas: banho de cinco minutos, no máximo, lavar a louça com a torneira fechada (só ligar para enxaguar) e tirar o excesso de sujeira da louça com papel para não entupir o ralo”, exemplifica Elizabeth.
No térreo, a síndica mantém um lava- -pés e um chuveiro com tempo controlado de água, o que, além de economizar, ajuda a manter as áreas comuns limpas, sem areia da praia.
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Limpeza da caixa-d’água previne criadouros de dengue
Um dos insetos que mais se beneficiam com a manutenção precária da caixa- -d’água é o mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Isso porque eles escolhem locais com água parada e limpa para depositar seus ovos. Depois da eclosão, surgem as larvas, que ficam nadando na água da caixa- -d’água até o mosquito se tornar adulto. A limpeza da caixa-d’água também é uma forma de evitar a proliferação do mosquito.
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Impermeabilização também previne contaminações
Pires fala sobre um detalhe importante: em prédios mais antigos, há a proximidade das cisternas, das caixas de gordura e das fossas assépticas: “Como a tubulação é muito antiga, ela pode se romper e conta minar as cisternas. Por isso, elas devem estar muito bem impermeabilizadas. Quando vamos fazer uma limpeza de cisterna e observo pontos críticos, informo ao síndico, que deve fazer a impermeabilização. Se estiver muito comprometido, o prejuízo vai ser maior ainda”, avisa.
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