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Uso do FGTS para casa própria cresce 25%

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11/08/2015 Jornal A Tarde

Importante instrumento na aquisição da casa própria, nos seis primeiros meses de 2015 o número de financiamentos imobiliários com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) cresceu 25,4% na Caixa Econômica Federal. Somente no mês de maio, R$ 6,2 milhões por dia foram contratados nesta modalidade na Bahia, como adiantou a coluna Tendências & Mercado semana passada.

Responsáveis por fazer a economia como um todo girar – criando emprego, financiando a construção de moradias, obras de saneamento e infraestrutura -, os recursos do fundo têm especial importância quando se trata do financiamento de imóvel econômico (R$ 170 mil no estado).

Agente de turismo e viagem, Eduardo Benício, 36, financiou na semana passada um apartamento de dois quartos no Cabula pelo valor de R$ 157 mil. Segundo ele, R$ 50 mil de um saldo de FGTS foram usados como entrada na operação. “Estou prestes a me casar e precisávamos de um lugar para morar”, disse Benício.

De acordo com informações da Caixa, financiamentos com recursos do FGTS têm taxas de juros que variam de acordo com a renda familiar e ficam entre 4,5% e 8,8% ao ano. O prazo máximo para pagamento é de 30 anos e o valor do imóvel não pode passar dos R$ 400 mil. A parcela mensal do financiamento não pode exceder 30% da renda familiar.

Ainda segundo a Caixa, para financiamento com recursos do FGTS e enquadramento no Minha Casa, Minha Vida, o imóvel deve custar em Salvador até R$ 170 mil e, nos municípios da região metropolitana, R$ 145 mil. Fora destas faixas, ainda com recursos do FGTS, é possível financiar até 85% de imóveis avaliados em até R$ 400, dentro da linha Pró-Cotista.

Em maio, a Caixa disponibilizou R$ 4 bilhões para esta modalidade. Em julho, o Banco do Brasil passou a oferecer a mesma linha, com a estimativa de disponibilizar cerca de R$ 1 bilhão em novas operações.

Série de anúncios

Esta semana, o FGTS foi o centro de uma série de anúncios (oficiais) e discussões entre especialistas. O mais polêmico deles, talvez, tratando do projeto – prestes a ser votado na Câmara dos Deputados – que prevê a correção no índice dos recursos do fundo de 3% para 6% ao ano.

A medida dividiu os analistas entre os que acreditam que a mudança atualiza uma remuneração há muito defasada e os que acreditam que o impacto da medida pode estar sendo subdimensionado e inviabilizar programas de habitação de interesse popular.

“O FGTS é a fonte de recursos para financiamento de imóveis de menor valor, faixa com maior demanda e déficit habitacional. A remuneração é de 3%. O fundo empresta (por meio do crédito imobiliário) com juros baseados nisso, indo de 5% até 9%. Se aumentar para 6%, os juros do financiamento também irão subir”, explica o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Luciano Muricy.

“Não vemos a medida como negativa, pois a rentabilidade atual é muito baixa. Por isso muitas pessoas sempre que podem o resgatam (o saldo). O que pode acontecer é o aumento dos custos de construtoras de imóveis econômicos (e dos preços das unidades)”, diz a gerente da Via Célere, Ângela Ribeiro.

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